Pinto da Costa "será candidato" se cumprir metas apresentadas pelo próprio
30-11-2023 - 12:38
 • Renascença

Antigo vice-presidente do FC Porto acredita que discurso de Pinto da Costa no final da Assembleia Geral "foi como candidato".

Pinto da Costa será candidato se cumprir com as três metas que o próprio presidente apresentou.

A convicção é de Paulo Teixeira, antigo vice-presidente do FC Porto, que recorda as três promessas feitas pelo dirigente na entrevista da semana passada à "SIC": apresentar capitais próprios positivos, apurar o Porto para os oitavos de final da Liga dos Campeões e arrancar as obras da academia do clube.

Em declarações a Bola Branca, Paulo Teixeira espera pelo final do ano, mas afirma que discurdo de Pinto da Costa no final da Assembleia Geral de quarta-feira foi "como candidato".

"Se mantiver a palavra e objetivos forem conseguidos até 31 de dezembro, teremos Pinto da Costa como candidato. Se não for exequível e quiser cumprir com o que disse, não será candidato. Se o disse é porque vê que tem condições para que seja possível. Até porque no encerramento da assembleia fez um discurso como candidato", diz.

André Villas-Boas confirmou que vai apresentar a candidatura à presidência do FC Porto em janeiro.

Os sócios do FC Porto aprovaram as contas da época passada com 53% dos votos favoráveis. 434 votos a favor, 187 contra e 198 abstenções. Paulo Teixeira fala num equilíbrio "nunca antes visto".

"Falta saber se depois as abstenções se traduzem em descontentamento às contas apresentadas, mas falamos de um equilíbrio muito grande e que nunca se viu em assembleias gerais anteriores. É um sinal de alerta", diz.

Já a olhar para as eleições, o antigo dirigente do clube acredita que "não faz sentido, em exerícios financeiros como o de ontem, haver prémios milionários a gestores. Será a única empresa em Portugal em que isso acontece".

"Há vícios que, no dia-a-dia, praticamente não nos apercebemos. A própria antecipação de receitas não é um método eficaz de gestão, mas os sócios são soberanos e a eles caberá decidir a melhor solução. Mas algo tem de ser feito para mudar a forma de gestão do FC Porto", termina.

Villas-Boas, que exigiu à direção que devolvesse os prémios atribuídos na última época, votou contra a aprovação das contas e explica porquê.

"Há um acumular de dívida que é evidente. Quando o passivo acumulado é de 499 milhões, é presente e vem crescendo ao longo dos anos. Há aqui uma falência operacional que é preciso corrigir", aponta.

Ainda assim, o antigo treinador portista reconhece que a direção do "presidente dos presidentes do FC Porto", Pinto da Costa, "demonstrou sinais de que quer melhorar nesse aspeto". O exemplo foi dado na assembleia geral, em que Fernando Gomes, administrador financeiro, garantiu que, para o ano, não haverá prémios para a administração.