Pinto da Costa será candidato se cumprir com as três metas que o próprio presidente apresentou.
A convicção é de Paulo Teixeira, antigo vice-presidente do FC Porto, que recorda as três promessas feitas pelo dirigente na entrevista da semana passada à "SIC": apresentar capitais próprios positivos, apurar o Porto para os oitavos de final da Liga dos Campeões e arrancar as obras da academia do clube.
Em declarações a Bola Branca, Paulo Teixeira espera pelo final do ano, mas afirma que discurdo de Pinto da Costa no final da Assembleia Geral de quarta-feira foi "como candidato".
"Se mantiver a palavra e objetivos forem conseguidos até 31 de dezembro, teremos Pinto da Costa como candidato. Se não for exequível e quiser cumprir com o que disse, não será candidato. Se o disse é porque vê que tem condições para que seja possível. Até porque no encerramento da assembleia fez um discurso como candidato", diz.
André Villas-Boas confirmou que vai apresentar a candidatura à presidência do FC Porto em janeiro.
Os sócios do FC Porto aprovaram as contas da época passada com 53% dos votos favoráveis. 434 votos a favor, 187 contra e 198 abstenções. Paulo Teixeira fala num equilíbrio "nunca antes visto".
"Falta saber se depois as abstenções se traduzem em descontentamento às contas apresentadas, mas falamos de um equilíbrio muito grande e que nunca se viu em assembleias gerais anteriores. É um sinal de alerta", diz.
Já a olhar para as eleições, o antigo dirigente do clube acredita que "não faz sentido, em exerícios financeiros como o de ontem, haver prémios milionários a gestores. Será a única empresa em Portugal em que isso acontece".
"Há vícios que, no dia-a-dia, praticamente não nos apercebemos. A própria antecipação de receitas não é um método eficaz de gestão, mas os sócios são soberanos e a eles caberá decidir a melhor solução. Mas algo tem de ser feito para mudar a forma de gestão do FC Porto", termina.
Villas-Boas, que exigiu à direção que devolvesse os prémios atribuídos na última época, votou contra a aprovação das contas e explica porquê.
"Há um acumular de dívida que é evidente. Quando o passivo acumulado é de 499 milhões, é presente e vem crescendo ao longo dos anos. Há aqui uma falência operacional que é preciso corrigir", aponta.
Ainda assim, o antigo treinador portista reconhece que a direção do "presidente dos presidentes do FC Porto", Pinto da Costa, "demonstrou sinais de que quer melhorar nesse aspeto". O exemplo foi dado na assembleia geral, em que Fernando Gomes, administrador financeiro, garantiu que, para o ano, não haverá prémios para a administração.