O administrador do Centro Hospitalar de São João (Porto), António Oliveira da Silva, aplaude a decisão de existir um tempo mínimo para a realização de consultas médicas, mas ressalva que, mais importante, seria garantir que não há um tempo máximo para as consultas.
“O médico deve ter tempo para fazer a sua consulta no tempo devido, que obviamente varia muito de especialidade para especialidade e do conhecimento anterior que o médico tem do doente”, diz à Renascença.
Oliveira da Silva reage assim à proposta do novo bastonário da Ordem dos Médicos. Em entrevista ao jornal “Público”, Miguel Guimarães diz que os colégios da especialidade vão determinar com “bom senso” tempos mínimos aceitáveis.
Já o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, acompanha a preocupação do bastonário e defende que a medida deveria ser alargada aos privados.
“Acompanhamos com natural agrado esta preocupação do senhor bastonário e também desejamos que estas regras, que muitas vezes só são aplicadas ao sector público, também sejam aplicadas no sector privado de forma a garantir a melhor qualidade dos cuidados de saúde dos nossos doentes”, disse à Renascença.
Alexandre Lourenço diz ainda que os tempos de consulta já são assunto de discussão entre os Conselhos de Administração e os directores de serviço “com o intuito de determinar estes tempos mínimos por consulta, dependendo naturalmente se são primeiras consultas ou se são consultas de seguimento do doente e tendo em conta, naturalmente, a complexidade do doente”.