Marta Temido admitiu que, perante o "episódio de tal gravidade" da morte de uma grávida que foi reencaminhada do Hospital Santa Maria para outra unidade de saúde, decidiu assumir a responsabilidade política e demitir-se do cargo de ministra da Saúde.
Aos jornalistas, depois da tomada de posse do seu sucessor, Manuel Pizarro, este sábado, a ministra cessante considerou que a "primeira responsável no Ministério da Saúde era a ministra e a ministra entendeu que a responsabilidade devia ser sua".
Temido apontou ainda que o setor da Saúde a encarava "mais como parte do problema do que da solução".
"Entendi que este passo era essencial para o cumprimento do programa do Governo", afirmou.
"Estou grata por cada um dos dias que tive a oportunidade de servir o meu país durante quatro anos exigentes. Não tenho amargos de boca. Não é o momento de fazer avaliações. é tempo de continuar a construir", realçou, ainda.
E quando questionada se esta demissão seria o fim da sua carreira política, Marta Temido rejeitou a hipótese, garantindo que vai continuar como deputada, eleita pelo distrito de Coimbra.
"Não acredito em quem diz que não é político, porque também é uma questão de cidadania. Eu tenho a política dentro de mim", concluiu.