A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) lança esta segunda-feira uma campanha de sensibilização para a importância de lerem as bulas dos medicamentos e declararem todos os efeitos secundários que surjam.
De acordo com os últimos dados, são poucas as vezes em que doentes ou familiares tomam a iniciativa de comunicar as suas queixas ao regulador.
No primeiro semestre, foram notificadas 2.602 reacções adversas, das quais 1.920 eram graves. Apenas 150 destas notificações partiram dos doentes.
A maioria dos efeitos estava relacionada com medicamentos para o tratamento do cancro (quimioterapia), antivirais, imunossupressores, antibióticos e vacinas.
Porque “notificar efeitos secundários torna os medicamentos + seguros”, o Infarmed lança uma campanha de sensibilização nas redes sociais. E porque o problema da falta de notificações por parte do doente não é apenas português, foi desenvolvido o projecto europeu SCOPE – Strenghtening Collaboration for Operating Pharmacovigilance in Europe, no qual participam 22 países (como Portugal) e a Agência Europeia do Medicamento.
Entre 2012 e 2016, registou-se alguma evolução positiva no número de doentes que participa as reacções adversas sentidas, mas ainda abaixo do desejável.