“As pessoas que se dedicam ao serviço da comunidade” também fazem parte da linha da frente de combate à pandemia de Covid-19, afirmou D. Américo Aguiar nesta quinta-feira. O bispo auxiliar de Lisboa e presidente do Grupo Renascença Multimédia abriu a conferência “Pandemia: Respostas à Crise”, que decorre em Vila Nova de Gaia.
“Na pandemia que vivemos, só foi possível haver menos dano na vida das pessoas por causa da linha da frente, que objetivamente tem o rosto da saúde, mas também tem o rosto de todas as pessoas que vivem diariamente e se entregam ao serviço da comunidade” nas instituições de solidariedade social, afirmou.
Nesta iniciativa da Renascença em parceria com a Câmara de Gaia, está em debate o papel das instituições sociais e do poder local.
“O poder local, mais uma vez, provou que governar à beira da porta faz toda a diferença em decisões de níveis mais geograficamente afastados. Por isso, as nossas freguesias, municípios, IPSS, sejam ou não de tutela eclesiástica, estão de parabéns pelo trabalho feito e que diminui o sofrimento dos que foram, e são ainda são, afetados pela pandemia”, salientou D. Américo Aguiar.
O bispo auxiliar de Lisboa evocou depois o Papa Francisco, na recente celebração de Pentecostes, para lembrar que “devemos evitar ler os problemas, as dificuldades das vidas das pessoas”, como sendo algo “entre direita e esquerda, entre preto ou branco, entre gordo ou magro, alto ou baixo, careca ou cabeludo”; devemos sair “dessa tentação que às vezes nos acurrala e não permite ver mais longe, para fazer o necessário e urgente”.
“Perante os problemas, cada um tem a sua opinião, a sua sensibilidade, a sua proposta, mas em primeiro lugar estão as pessoas”, destacou por fim.
Economia social não serve só para a crises
Seguiu-se no palco do Auditório da Bienal Internacional de Arte de Gaia o presidente da Câmara Eduardo Vítor Rodrigues, que destacou a importância estrutural da economia social.
“A economia social não é, e espero que nunca seja, uma espécie de setor para responder a momentos de crise – é, pelo contrário, um setor estruturante deste tripé desenvolvimentista que concilia o Estado, o mercado e as instituições da economia social, poderosíssimas do ponto de vista da empregabilidade e da capacidade de resposta, mas frágil do ponto de vista dos recursos”, destacou.
O autarca de Gaia considera que, “se não fossem as respostas locais imediatas que surgiram, tínhamos chegado mais tarde, com todas as consequências que tal acarretaria” em termos sociais.
Na opinião de Eduardo Vítor Rodrigues, não é ainda possível de um período pós-pandemia, “mas podemos começar a antever uma intervenção que está a ser feita a partir de instrumentos que estão a ser criados – o mais evidente de todos a ‘bazuca’ – fortes do ponto de vista da disponibilização de meios, mas que só terão sucesso se estivermos organizados e se partilharmos objetivos comuns para que o país e as pessoas possam mais rapidamente sair deste processo”.
Há que “abrir caminhos”, defendeu o autarca, que pretende, na conferência desta quinta-feira, “homenagear o trabalho desenvolvido ao longo deste tempo” de pandemia.
A Renascença acompanha os vários debates e intervenções sobre as respostas a dar à crise, transmitindo a conferência online – aqui no site, no Youtube e no Facebook da Renascença, bem como no site da Câmara de Gaia. A conferência ficará depois disponível também nestas plataformas.