“É como uma pétala”, é desta forma que aos 90 anos, a artista plástica Lourdes Castro vê a Medalha de Mérito Cultural que hoje recebeu no Funchal, pelas mãos da ministra da Cultura. A artista madeirense recebeu a condecoração já em dezembro, pela altura do seu aniversário, mas devido à pandemia a cerimónia de entrega ficou adiada.
Esta segunda-feira, a ministra Graça Fonseca foi ao encontro de Lourdes Castro, no Funchal e em casa da artista entregou-lhe a medalha. A sorrir a artista disse que “era para pôr ao pescoço” e considerou a medalha “pesada”.
Nascida em 1930, Lourdes Castro começou a expor pela primeira vez em 1955, no Funchal. Formada em Pintura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, a artista viveu em Munique e Paris, onde em 1957 criou com o artista René Bertholo, o grupo e a revista KWY
Mais tarde, o trabalho da artista ficou marcado por uma intensa pesquisa sobre perfis e sombras que explora ficando em materiais diversos, como lençóis brancos, plexiglass ou acrílico.
Segundo o ministério da Cultura, Lourdes Castro é uma “artista titular de um espaço insubstituível na história da arte mundial.” O gabinete da ministra Graça Fonseca diz em comunicado que “a vida e obra de Lourdes Castro, em permanente diálogo e complemento, representam um contributo incontestável para a cultura portuguesa”.
Segundo a ministra “é um justo reconhecimento, não só pelo seu talento e criatividade, mas também pela influência que exerce junto dos seus contemporâneos”. Recorde-se que Lourdes Castro já tinha vencido em 2015 o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes instituído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura em parceria com a Renascença.