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O presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha alertou para “a maior emergência humanitária que a Europa terá que enfrentar nos próximos anos” devido à invasão da Rússia à Ucrânia.
A maior organização humanitária internacional acredita que “as necessidades são grandes e crescerão ainda mais, tanto na Ucrânia como em outros países”.
Em declarações ao portal do Vaticano, Tommaso della Longa, porta-voz da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho esclarece que “a emergência aumenta a cada dia, com milhares de pessoas sem comida e água, cidades inteiras sem eletricidade, infraestruturas em risco, falta de uma rede telefónica, para permanecer em contato com familiares, e milhões de pessoas que se deslocam para fora do país e dentro da própria Ucrânia”.
“Estamos a testemunhar a formação da maior crise humanitária que a Europa já teve em muitas décadas. Um terço da população ucraniana, cerca de 18 milhões de pessoas, foi afetada pelo conflito", detalha o porta-voz da Cruz Vermelha, destacando a resposta positiva dada pelos países vizinhos.
“Existe uma realidade a ser organizada nas comunidades que hospedam os refugiados durante um período de tempo bastante longo. Devem ter acesso aos serviços de saúde, escolaridade e todos os serviços”, defende Tommaso della Longa, acrescentando que a Cruz Vermelha está a oferecer vacinas aos refugiados ucranianos e acesso a todos os outros cuidados de saúde.
“O dinheiro nos cofres da Cruz Vermelha ucraniana terminou em pouco tempo", relata o porta-voz, “mas as nossas equipas nos países vizinhos já foram ativadas, incluindo a Rússia”.
kits para tratar feridas de guerra
Entre os pedidos que chegam do campo de conflito, o porta-voz da Cruz Vermelha destaca os equipamentos e medicamentos.
“As primeiras necessidades são kits de primeiros socorros para tratar ferimentos de guerra, ou seja, queimaduras, tiros, tudo inerente a uma situação de conflito”, indica, acrescentando que também há pedidos de alimentos e de roupas.
Segundo Della Longa, o problema não é encontrar este material, mas sim a logística, ou seja, "como levá-lo para as áreas onde a luta está a acontecer. É por isso que, como Cruz Vermelha, estamos a pedir em primeiro lugar ajuda económica”.
“Nestes casos há necessidade de uma resposta padronizada”, enfatiza, dando nota da existência de “uma lista de necessidades que chega diariamente da Cruz Vermelha ucraniana”, para reiterar que com a “ajuda económica é possível intervir mais corretamente”.
Nesta entrevista ao Vaticano News, o porta-voz dá ainda conta de relatos que chegam dos colegas da Cruz Vermelha ucraniana que contam histórias dramáticas, revelando que o “pedido de sacos para cadáveres é o que mais impressiona aqueles que observam este conflito de longe”.
“Há também falta de oxigénio, insulina e medicamentos
básicos, e isto também mostra o drama da vida quotidiana na Ucrânia”, acrescenta.
Mas nem tudo é mau nesta guerra. O responsável sublinha que desde o início do conflito, “mais de 3.000 pessoas se colocaram à disposição da Cruz Vermelha ucraniana para se tornarem voluntárias” e isso - diz – “é um grande sinal de esperança”.