O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, acusa Israel de estar "a provocar a fome" na Faixa de Gaza.
As declarações foram ditas aos jornalistas à entrada de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), que vai contar com a participação do Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, por videoconferência.
Borrell alerta que "o povo palestiniano está a morrer à fome" e diz que este facto "requer alguma reação".
"Não apenas expressar preocupação. Há que tomar decisões. Eu espero que o Conselho da UE discuta o assunto e veja o que pode fazer", refere.
O chefe da diplomacia europeia diz mesmo que Gaza, depois de ser "a maior prisão a céu aberto, hoje é o maior cemitério a céu aberto".
Josep Borrell esclarece que não está em cima da mesa a suspensão total do acordo de cooperação com Israel, mas uma interrupção da cooperação política com o Governo de Benjamin Netanyahu, nomeadamente do Artigo 2.º.
O artigo diz que as relações entre a União Europeia e Israel têm de "ser baseadas no respeito pelos direitos humanos e princípios democráticos, que orientam as políticas nacionais e internacionais e constituem um elemento essencial" do acordo.
Israel pede que Borrell pare de atacar o país
Em resposta às declarações do chefe da diplomacia europeia, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel diz que "é tempo de Josep Borrell parar de atacar Israel e reconhecer o direito à autodefesa contra os crimes do Hamas".
Numa publicação no X (antigo Twitter), Israel Katz diz que o país "permite a entrada de extensa ajuda humanitária em Gaza, por terra, mar e ar".
"Apesar do Hamas disromper a ajuda com apoio da UNRWA, nós persistimos", alega o diplomata israelita.
[Atualizado às 12h20]