Portugal é o país convidado da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que decorre a partir de hoje, até ao próximo dia 10, com mais de duas dezenas de autores portugueses e de países africanos de língua oficial portuguesa.
A escritora moçambicana Paulina Chiziane, Prémio Camões 2021, e o timorense Luís Cardoso, que venceu o Prémio Oceanos no ano passado, estão entre os participantes, numa lista que também inclui autores como Afonso Cruz, António Jorge Gonçalves, Dulce Maria Cardoso, Francisco José Viegas, Filipe Melo, Gonçalo M. Tavares, Joana Bértholo, José Luís Peixoto, Kalaf Epalanga, Lídia Jorge, Maria do Rosário Pedreira, Maria Inês Almeida, Matilde Campilho, Pedro Eiras, Ricardo Araújo Pereira, Rui Tavares, Teolinda Gersão, Valério Romão e Valter Hugo Mãe.
O programa celebra igualmente o centenário do nascimento de José Saramago, o Nobel da Literatura em língua portuguesa, a cumprir em novembro deste ano.
O Pavilhão de Portugal, com uma área de 500 metros quadrados, conta com um auditório, um espaço multiusos para exposições, a réplica de um elétrico português - "um bondinho" -, uma livraria e uma área destinada a programação infantojuvenil.
A programação do Pavilhão de Portugal também contará com nomes da literatura brasileira como Itamar Vieira Júnior, Adriana Calcanhotto, Bernardo Carvalho, Laerte, Antonio Prata e Ruy Castro. .
A presença de Portugal acontece sob o mote "É urgente viver encantado", uma frase de Valter Hugo Mãe, e a programação está a cargo da jornalista e escritora Isabel Lucas.
Participam igualmente os "chefs" de cozinha Vitor Sobral e André Magalhães. .
José Saramago vai ser evocado através da exposição "Voltar aos passos que foram dados", que reúne marcos importantes do autor, com textos escolhidos pelo comissário do centenário, o professor Carlos Reis, e desenhos gráficos de André Letria.
Na contagem decrescente para a Bienal, a Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB) apoiou este ano a edição no Brasil de 68 obras de autores de língua portuguesa, em cerca de 100 mil euros, entre os quais Luandino Vieira, Mário Cláudio e Pepetela.
Estes incentivos financeiros, concedidos anualmente aos editores brasileiros, foram este ano antecipados para permitir que as obras apoiadas estivessem disponíveis na Bienal, segundo o anúncio feito no passado mês de abril, pela DGLAB.
Ao todo, foram apoiadas 22 editoras, para a edição de 68 obras de autores de língua portuguesa, de clássicos a contemporâneos.
António Vieira, Antero de Quental, Camilo Castelo Branco, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Pêro Vaz de Caminha, João de Barros são alguns dos autores na lista de obras apoiadas.
Maria Gabriela Llansol, Raul Brandão, Nuno Félix da Costa, António Cabrita, Maria João Cantinho, Nuno Júdice, Matilde Campilho, Norberto Moraes, Francisco José Viegas, Luís Carmelo, Pedro Chambel, Margarida Vale de Gato, Pedro Eiras, Rosa Maria Martelo, Maria do Rosário Pedreira, Mário Cláudio, Miguel Real, Fernando Rosas, Jerónimo Pizarro, Ricardo Araújo Pereira, Rui Tavares, Dulce Maria Cardoso e Luís Cardoso são outros contemplados.
Entre os escritores fora de Portugal, com edições apoiadas, contam-se os angolanos Boaventura Cardoso, Maria Jorgete Teixeira, Luandino Vieira, Pepetela e Kalaf Epalanga, os moçambicanos Manuel Mutimucuio, Lilia Momplé e Lucílio Manjate, assim como a santomense Conceição Lima.
O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, é esperado para uma visita à Bienal, no domingo, segundo dia do evento.
O presidente da Câmara Brasileira do Livro, Vitor Tavares, que organiza o evento, em entrevista à agência Lusa, disse que "é muito importante (...) ter alguém como o Presidente de Portugal comprando, adquirindo livros, valorizando o livro, valorizando a literatura, valorizando a leitura (...), é um exemplo".
Em 2022, o evento assinala igualmente o bicentenário da Independência do Brasil.
A Bienal é organizada pela Câmara Brasileira do Livro e a participação de Portugal é da responsabilidade do Camões-Instituto da Cooperação e da Língua, da Direção-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), do Turismo de Portugal e da AICEP--Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, assim como da Embaixada de Portugal em Brasília e do Consulado-Geral de Portugal em São Paulo.