O Presidente da Tunísia, Béji Caïd Essebsi, morreu esta quinta-feira aos 92 anos, horas depois de ter sido hospitalizado nos cuidados intensivos, anunciou a Presidência tunisina na sua página de Facebook.
No cargo desde 2014, foi o primeiro Presidente eleito democraticamente no pós-revolução de Jasmim. Assumiu o cargo três anos após a queda de Zine el Abidine Ben Ali, que esteve no poder entre 1987 e 2011.
A morte de Essebsi acontece quando faltavam poucos meses para completar o seu primeiro mandato na presidência. O primeiro-ministro da Tunísia, Youssef Chahed, já declarou sete dias de luto nacional pela morte do chefe de Estado, cancelando todos os eventos sociais e políticos marcados para a próxima semana.
Veterano da política, Essebsi era até agora o mais velho chefe de Estado do mundo a seguir à Rainha Isabel II de Inglaterra. Já tinha sido hospitalizado no final de junho na sequência de uma "doença grave", que esta quinta de manhã o mandou de volta para o hospital.
"As coisas não estão bem", tinha declarado à AFP o filho do Presidente, Hafedh Caïd Essebsi logo após a readmissão do pai nos cuidados intensivos.
Ao longo dos últimos meses, foram poucas as informações avançadas sobre o estado de saúde do Presidente, o que levou vários políticos e civis a pedirem mais transparência sobre o assunto, temendo um potencial vácuo político antes das eleições presidenciais de novembro.
Oito anos depois da deposição de Ben Ali, o país continua sem reerguer o seu aparato de Estado, nomeadamente ao nível judicial, não existindo ainda um Tribunal Constitucional que possa empossar o próximo líder interino até às eleições.
Foi entretanto anunciado que os destinos do país ficarão agora nas mãos de Mohamed Ennaceur, o presidente do Parlamento tunisino, que assumirá a presidência interinamente durante 90 dias, como ditado pela Constituição, até à ida às urnas.
[Atualizado às 13h50]