O Movimento Associativo Apoio Vítimas Incêndios Midões (MAAVIM) exigiu este domingo que o próximo Orçamento do Estado contemple o dinheiro prometido às populações afetadas pelos incêndios de outubro de 2017, nos quais morreram 50 pessoas, quando se completam seis anos.
Em comunicado, o movimento recorda que o "Governo português anunciou mais de 600 milhões de euros para os lesados dos incêndios de outubro de 2017, mas esse dinheiro não foi gasto na sua totalidade", por diversos motivos.
"Posto isto e como passaram seis anos, o Governo deveria cativar o valor que nunca pagou para lançar apoios aos lesados que nunca foram apoiados. Lembramos que esse dinheiro saiu do Orçamento do Estado, dos donativos dos portugueses e da União Europeia, a qual irá ser questionada acerca do paradeiro desses milhões", lê-se no comunicado.
"É urgente clarificar o que foi pago e quanto ficou por pagar", acrescenta.
O MAAVIM diz que continua a reivindicar ajudas para as pessoas lesadas nos incêndios e para as populações afetadas, lamentando que muitos não tenham conseguido ser ressarcidos.
"Desde outubro de 2017 que lutamos por ajudas aos lesados dos incêndios de 2017, que tudo perderam. Desde 2017 que alertamos para a falta às promessas efetuadas por diversos membros governamentais e até da União Europeia", refere o movimento.
Por outro lado, aproveitam igualmente para pedir que sejam impedidos os avanços da mineração nas áreas afetadas pelos incêndios, defendendo que "esse dinheiro sirva para revitalizar a economia de quem tudo perdeu em 2017".
"Continuam dezenas de empresas por apoiar, centenas de famílias sem as suas habitações e milhares de agricultores e produtores florestais sem ser ressarcidos de tudo ou de parte do que perderam em 2017 e nos seguintes anos", refere.
"Continuamos abandonados", diz ainda o MAAVIM.
A região Centro foi a mais afetada pelos vários fogos que atingiram o país entre os dias 15 e 16 de outubro de 2017, com um registo de 50 pessoas mortas e um rasto de destruição que se estendeu a mais de três dezenas de concelhos.
Setenta pessoas ficaram feridas e foram total ou parcialmente destruídas cerca de um milhar e meio de casas, bem como mais de 500 empresas.