O último relatório da Europol sobre as tendências do terrorismo na União Europeia na União Europeia alerta para a ação de três grupos de extrema-direita em Portugal: Blood & Honour, Portugal Hammer Skins e o recém-criado movimento neonazi Nova Ordem Social, de Mário Machado.
Conclusões que vêm reforçar aquilo que as autoridades portuguesas já tinham reconhecido no último Relatório Anual de Segurança Interna. À Renascença, presidente do Observatório de Segurança, Crime Organizado e Terrorismo (OSCOT), António Nunes, diz que o fenómeno em Portugal está devidamente monitorizado, mas que é importante não baixar a guarda.
“São grupos que normalmente já estão acompanhados e referenciados pelas forças e serviços de segurança e, por isso, dificilmente se transformarão num problema permanente. O que não quer dizer que eles não possam infiltrar-se em movimentos mais reivindicativos do ponto de vista social ou político e, com isso, provocar danos que serão sempre pontuais”, lembra o presidente do OSCOT.
Um dos principais riscos, diz António Nunes, é que estes grupos consigam infiltrar-se em partidos que estão no sistema democrático.
“Eles podem ter uma representação baixa, mas quando estes movimentos tomam ações violentas, elas podem ter alguma expressão, nomeadamente criar insegurança nos cidadãos. É preciso ter isso em atenção e não deixar que esses partidos que estejam ainda na esfera da democracia sejam penetrados por elementos, esses sim, de violência comprovada. Esses movimentos muitas das vezes expressam-se por ações pontuais, seja do ponto de vista do futebol, seja do ponto de vista dos eventos culturais”, conclui.