Uma em cada cinco mortes prematuras está, potencialmente, associada à poluição atmosférica, revela à Renascença o presidente da Federação Mundial de Cardiologia.
Todos os anos, estima-se que ocorram 18,5 milhões de mortes em todo o mundo por doença cardiovascular. Dessas, sete milhões estarão, eventualmente, associadas a causas ambientais, como a poluição atmosférica, “que não é apenas a poluição exterior, provocada pela indústria ou pela circulação automóvel”, clarifica Fausto Pinto.
“Cerca de sete milhões de mortes, a nível mundial, por ano, têm alguma relação com a poluição ambiente”, portanto, prossegue este especialista, “quando falamos de uma em cada cinco mortes, isso tem a ver com o potencial impacto da poluição atmosférica na responsabilidade de morte por causa cardiovascular”.
O alerta é renovado no dia em que o Fórum da Sociedade Portuguesa de Cardiologia se reúne em Lisboa para debater os efeitos das alterações climáticas e da poluição no risco cardiovascular.
80% das doenças cardiovasculares podiam ser evitadas
Nestas declarações à Renascença, o presidente da Federação Mundial de Cardiologia admite que 80% das mortes por doença cardiovascular poderiam evitadas ou, pelo menos, “prevenidas”.
“Sabendo que todos os anos morrem mais de 18 milhões de pessoas em todo o mundo, estamos a falar de cerca de 15 milhões de mortes que, potencialmente, seriam prevenidas. Mesmo que conseguíssemos reduzir 10% ou 15%, estamos a falar entre dois milhões e três milhões de mortes que poderíamos reduzir, talvez, com maior facilidade”, remata Fausto Pinto.