O secretário-geral da ONU, António Guterres, diz que foram documentadas provas de "violações chocantes" dos direitos humanos na guerra na Ucrânia, principalmente cometidas pela Rússia, sublinhando que essa documentação será "vital" para uma futura responsabilização.
Num debate aberto do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) sobre o conflito na Ucrânia, Guterres indicou que foram recolhidas por agências da ONU provas de violência sexual, de detenções arbitrárias e execuções sumárias - "maioritariamente pela Federação Russa" -, assim como foi registada a transferência forçada de civis ucranianos, incluindo crianças, para território sob controlo russo ou para a Federação Russa.
"Esta documentação é vital para uma responsabilização. A responsabilização por todas as violações dos direitos humanos é crucial, em conformidade com as normas e padrões internacionais", frisou Guterres, na presença do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O debate de hoje, presidido pelo primeiro-ministro albanês, Edi Rama, marca intervenção presencial de Zelensky no Conselho de Segurança.
O representante permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, criticou o facto de a Albânia ter atribuído a Zelensky precedência no discurso em relação aos membros permanentes do Conselho de Segurança, advogando tratar-se de uma violação dos procedimentos do órgão.
"Temos aqui uma solução para isso: vocês param a guerra e o Presidente Zelensky já não precisa de falar aqui", respondeu Edi Rama, após uma troca de palavras com Nebenzya.