Um conjunto de monumentos portugueses vai estar iluminado de vermelho na próxima quarta-feira, numa iniciativa da Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre), para alertar para a perseguição de cristãos em todo o mundo. Esta iniciativa, conhecida como "Red Wednesday" (Quarta-feira vermelha), ocorre em simultâneo em países como Alemanha, Chile, Estados Unidos da América, Austrália, Canadá, Reino Unido, Áustria, Holanda, Eslováquia, Filipinas e Itália, informou a Fundação AIS.
Em Portugal, vão ser iluminados de vermelho monumentos como o Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa), a Sé Catedral de Bragança, a Basílica dos Congregados (Braga), o Santuário de São Bento da Porta Aberta (também na Arquidiocese de Braga) e o Santuário do Cristo Rei (Almada), decorrendo em todos eles momentos de oração pelos cristãos perseguidos. Segundo a responsável pela AIS em Portugal aderiram, ainda, à iniciativa a igreja do Campo Grande, em Lisboa, e a paróquia da Ramada, em Odivelas.
Segundo a Fundação AIS, a perseguição afeta cerca de 300 milhões de cristãos.
“O relatório ‘Perseguidos e Esquecidos?’ é taxativo na avaliação que faz da questão da perseguição aos cristãos. A situação no Médio Oriente, por exemplo, revela-se mesmo dramática. A forte instabilidade que se vive na região poderá vir a acelerar o fim do cristianismo em países como a Síria ou o Iraque, se a comunidade internacional não atuar rapidamente”, alerta a Fundação AIS.
Também na Ásia e em África se revelam “sinais inquietantes de crescente hostilidade para com os cristãos”, acrescenta.
A esta iniciativa da Fundação AIS na quarta-feira vão aderir também paróquias de norte a sul do país, através de momentos de oração e reflexão.
"300 milhões de cristãos que vivem em países onde há perseguição"
Em declarações à Renascença, a responsável da AIS em Portugal, Catarina Martins Bettencourt, explica que o objetivo da iniciativa, que se realiza pelo quarto ano consecutivo, é "chamar a atenção, combater a indiferença que vivemos aqui no ocidente para esta questão da perseguição religiosa, dos mártires dos dias de hoje, todas aquelas pessoas que são vítimas da intolerância ou da discriminação por causa da sua fé".
"Estamos a viver um período em que há perseguição religiosa, em que há muitas pessoas no mundo que morrem por causa da sua fé. Queremos que estas pessoas não sejam esquecidas. Por isso, iluminamos monumentos, igrejas, com este objetivo claro", acrescentou Catarina Martins Bettencourt, lembrando que o vermelho representa "a cor do sangue dos mártires".
"Estas iniciativas são importantes para marcarmos também visualmente, de uma forma que faça com que todas as pessoas se questionem porque razão é que estes edifícios estão iluminados de vermelho", explicou.
O último relatório da Fundação AIS, lançado em Lisboa em outubro, refere Catarina Martins Bettencourt, "diz mais uma vez, claramente, que a comunidade cristã é a mais perseguida".
"Os nossos dados apontam para 300 milhões de cristãos que vivem em países onde há perseguição, por isso estas iniciativas são tão importantes, porque muitas vezes na Europa vivemos um pouco alheados desta realidade e não olhamos para o resto do mundo que vive nesta situação conturbada, em que infelizmente hoje, 2019, continua a haver tantas pessoas que são perseguidas por causa da sua fé", refere a responsável da AIS em Portugal.
Entretanto, a Fundação AIS anunciou que vai dedicar este ano, em Portugal, a sua campanha de Natal em favor dos cristãos perseguidos em África, com particular atenção para a situação na Nigéria, Sudão do Sul, Camarões ou República Centro-Africana.