O internacional português Josué garante que a noite que passou detido em Alkmaar será "um trauma para sempre".
O médio do Légia de Varsóvia foi detido, tal como outro jogador da equipa, após desentendimento com as autoridades neerlandesas após um jogo para a Liga Conferência.
Na primeira entrevista após o incidente, ao "Sportowefakty", Josué assume que foi "uma noite terrível": "Nunca tinha passado por algo tão mau, tão injusto. E acreditem, já passei por muito na minha vida. Não desejaria ao meu pior inimigo aquelas horas, a incerteza e os medos que me acompanharam nessa altura. Já saí da prisão, mas vou precisar de algum tempo para recuperar mentalmente".
Josué revela que não comeu durante o período em que esteve detido e só pediu "para lavar as mãos e a cara".
"Não fazes ideia quem está ao teu lado na cela. Se mataram alguém, se violaram alguém. Disse-lhes que não podia ficar ali mais tempo, que tinha uma lesão. Um trauma para sempre. Quando regressei a casa, depois da primeira noite, a minha mulher disse-me que passei a noite toda com os braços dobrados, como se me estivessem a deter", recorda.
Josué não assume agressões às autoridades e alega que foi detido "porque tinha brincos pretos".
"Não matámos ninguém, não assaltámos um banco, não fizemos nada de errado. Levaram-me porque tinha brincos pretos. Tiraram-me tudo, incluindo os meus sapatos, e deram-me outros para calçar. A polícia disse que se o Pankov não saísse, entrariam no autocarro. E isso seria um massacre".
O Légia acusa ainda as autoridades em Alkmaar de agressão ao presidente do clube: "Para mim, o comportamento deles foi um choque. O presidente comportou-se como um verdadeiro homem. Veio a público esclarecer o que aconteceu e, por isso, admiro a sua calma".