O antigo Presidente francês e actual chefe da oposição conservadora, Nicolas Sarkozy, acusou, no domingo, o governo de François Hollande de falta de determinação e de ineficácia na luta contra o terrorismo desde os atentados de Janeiro de 2015, contra o jornal satírico “Charlie Hebdo”.
"Fui chefe de Estado, sei que não existe o risco zero (...) mas não se fez tudo o que se deveria ter feito nos últimos 18 meses", sublinhou Sarkozy, numa entrevista à televisão TF1, ao ser questionado sobre o atentado em Nice, na passada quinta-feira, e que vitimou 84 pessoas.
Sarkozy defende que o país está em guerra, uma guerra total, e sublinhou que “os nossos inimigos não têm tabus, não têm fronteiras, não têm princípios, o que significa que a luta tem que ser nos mesmos termos: eles ou nós. E isso requer determinação durante anos",
O antigo Presidente francês acusou o Governo de Hollande de ter demorado muito a legislar para conter o movimento jihadista.
Outra crítica de Sarkozy é a de que o executivo não abriu nenhum centro para a desradicalização, quando há "milhares de jovens franceses radicalizados ou em vias de radicalização".
Para Sarkozy, os estrangeiros suspeitos de terrorismo deveriam ser "urgentemente expulsos" do país. Já os franceses ligados a estes movimentos radicais teriam que usar pulseiras electrónicas, e terem a circulação restrita por ordem administrativa ou serem internados em "centros de retenção".
O presidente dos republicanos também lançou críticas à política externa de Hollande, defendendo, em particular, a necessidade de procurar uma aliança com o Presidente russo, Vladimir Putin, para combater o Estado Islâmico, para que "na Síria haja uma coligação [internacional] e não duas".