A Unidade de Contraterrorismo já está a investigar o roubo de armas na base militar de Tancos, segundo noticia avançada este sábado pelo Diário de Notícias.
Entre o material roubado estão perto de 57 quilos de explosivo plástico, fácil de manusear e extremamente potente. É material normalmente usado em demolições, mas já foi identificado em carros-bomba, em atentados terroristas.
Segundo o mesmo jornal, a unidade antiterrorismo está a trabalhar com a Polícia Judiciária Militar (PJM) que abriu o inquérito.
O major-general Raul Cunha, militar em seis missões internacionais das Forças Armadas, explica ao DN que a pista do terrorismo é a mais credível e que não tem dúvidas que o grau de organização evidencia “um crime por encomenda”.
“Foi pensado ao pormenor, estudado com detalhe e executado por quem sabia o que procurava”, sintetizou.
Também o Jornal de Notícias adianta que Portugal já informou do roubo os seus parceiros da NATO, da Interpol e da Europol.
O mesmo diário garante que PJM e a Unidade de Contraterrorismo da PJ, bem como os serviços secretos, estão em estado de alerta, uma vez que há já neste momento a certeza de que o roubo tem por trás o crime organizado, com eventuais ligações ao terrorismo.
"Não é admissível"
Na sexta-feira, o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, considerou que “não é admissível a falta de videovigilância” junto aos paióis de Tancos, de onde foi roubado material militar.
Em entrevista à SIC, o governante reconheceu que esta “é uma situação grave” e “justifica preocupação”.
“Justifica preocupação, mas, sem menosprezar minimamente a gravidade dos factos, não é a maior quebra de segurança. Há quebras e falhas de segurança muito superiores a esta”, diz. "Nem é preciso evocar os trágicos acontecimentos que têm varrido o continente", acrescenta.
O desaparecimento de material de guerra foi detectado na quarta-feira de tarde, quando foram roubadas granadas de mão ofensivas e munições de calibre 9 milímetros dos Paióis Nacionais de Tancos.
O desaparecimento foi detectado durante uma patrulha de rotina, referiu fonte do Exército.