O BCP vai fechar o ano com menos 800 trabalhadores, disse na quarta-feira o presidente do banco, acrescentando que o ajustamento é para continuar, mas que não prevê uma nova redução desta ordem nos próximos anos.
"Dizer que é um processo acabado era ficar parado no tempo, mas não tenho nenhuma expetativa de fazer qualquer processo desta natureza nos próximos anos", afirmou Miguel Maya na apresentação dos resultados do banco no terceiro trimestre.
Dos 800 trabalhadores que saem até final do ano, 23 são alvo de despedimento coletivo (processo que está a decorrer) e os restantes saem por acordo com o banco (rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas). Os 23 trabalhadores abrangidos pelo despedimento coletivo não aceitaram as condições propostas pelo banco para saírem.
Nos últimos meses, BCP levou a cabo um grande processo de reestruturação.
Os sindicatos acusaram o banco (assim como o Santander, que também fez um grande processo de reestruturação) de repressão laboral e de chantagem, considerando que forçou os empregados a aceitar sair ao mesmo tempo que tem elevados lucros.
Em 01 de outubro, trabalhadores do BCP e do Santander fizeram greve contra os despedimentos nestes bancos.
A greve foi convocada por Mais Sindicato, SBN - Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro, Sindicato dos Bancários do Centro (afetos à UGT), Sintaf (ligado à CGTP), Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários e Sindicato Independente da Banca (independentes), com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do grupo CGD.
Esta foi a primeira greve nacional dos trabalhadores bancários desde 1988.