A Fundação Inatel lançou um projeto para um hotel em Santa Maria da Feira que pretende acolher refugiados e outras pessoas em situação de reclusão social.
O edifício, que era propriedade do Instituto de Gestão do Fundo da Segurança Social, foi cedido à Fundação Inatel na condição de ter componente de serviço social.
O projeto tem como objetivo principal hospedar e empregar pessoas que fizeram pedidos de asilo, refugiados em transição para processos de habitação e inclusão, ou vítimas de catástrofes que estejam temporariamente desalojadas.
Para além de funcionar como um espaço de acolhimento, o espaço terá uma componente de hotelaria normal, disponível a qualquer pessoa, no sentido de acolher todo o tipo de públicos, nomeadamente artistas que estejam em processos de desenvolver residências artísticas.
O presidente da Fundação Inatel, Francisco Madelino, diz à Renascença que o objetivo é empregar "pessoas e trabalhadores com competências e aptidões na aérea da hotelaria, mas que funcionam também com apoios a empregos com pessoas que estão nesses processos de inclusão".
"Este tipo de hotéis têm várias experiências no mundo, que têm pessoas que gostam de fazer hotelaria e que têm também alguma intervenção de conhecer pessoas diferentes e de militância social. O nosso projeto é também recuperar o hotel numa grande lógica de sustentabilidade, ou seja, utilizando arquitetura e formas de recuperação de materiais e processos que não tenham impacto maior sobre a pegada ecológica e também neste âmbito ser um processo exemplar", diz Francisco Madelino.
Foi pensada, também, a utilização de um piso "para organizações e entidades que estão ligadas a projetos socias, não apenas de apoio aos refugiados, mas também contra a violência doméstica, etc".
Em adição ao apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, a Fundação Inatel conta com apoios provenientes de políticas europeias: "Estamos a concorrer a projetos europeus e também nacionais comunitários que têm vindo a ser promovidos, e que favorecem e apoiam estas iniciativas de inovação social, já que a recuperação da unidade hoteleira tem necessidade de um investimento físico significativo, na ordem de três milhões de euros".
A Fundação Inatel, que fará, este ano, 89 anos, desenvolve trabalho de acolhimento de refugiados desde 1935, o seu ano de criação, para além de "atividades de valorização dos tempos livres nas áreas do turismo social, da cultura popular e do desporto amador, com profundas preocupações de humanismo e elevados padrões de qualidade", lê-se no website.
Prevê-se que a requalificação do edifício e a planificação do projeto estejam prontos em 2026.