O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou que "a ideia de austeridade não deve ser estigmatizada", ou seja, até pode ser necessária em tempos de expansão.
Mário Centeno falava num jantar-debate do Clube Português de Imprensa, uma parceria com o Centro Nacional de Cultura e o Grémio Literário, realizado na terça-feira.
O argumento de Mário Centeno é o de que a austeridade não pode ser usada como instrumento de consolidação orçamental no meio de uma recessão económica, como aconteceu durante os anos da troika.
A frase do ministro contradiz, de certa forma, a mensagem do Governo de que foi virada a página da austeridade.
Mário Centeno disse, de resto, que a consolidação das contas públicas ainda tem uns anos pela frente, "para ser simpático", concluiu.
O ministro respondia a uma questão sobre a defesa intransigente do valor do défice de 0,7% para este ano, uma opção muito contestada pelo PCP e Bloco de Esquerda, parceiros parlamentares.
Mário Centeno respondeu que o défice é um instrumento que permite absorver impactos negativos.
O ministro das Finanças foi também questionado sobre a subida do preço do petróleo. Disse não estar muito preocupado com as recentes subidas que se refletem em preços mais altos dos combustíveis nas bombas.
Mário Centeno começou por referir que a economia portuguesa nem é das mais expostas a variações do valor do barril de petróleo, explicando depois que ainda estamos num valor da inflação confortável.
O ministro disse mesmo que antecipa que esta trajetória é passageira e que "não precisamos de nos preocupar em demasia".