O Ministério da Defesa russo disse esta terça-feira ter destruído instalações das forças ucranianas localizadas em Odessa e usadas no ataque de segunda-feira contra a Crimeia.
"Durante a noite, as forças armadas russas lançaram um ataque de retaliação (...) contra instalações onde estavam a ser preparados atos terroristas contra a Rússia, utilizando drones navais", afirmou o Ministério da Defesa em comunicado.
O mesmo documento acrescenta que "o local onde eram fabricados (drones), num estaleiro perto da cidade de Odessa", também foi atingido.
O tenente-general Igor Konashenkov, porta-voz militar russo, disse entretanto que em Odessa e também em Mikolayiv foram destruídas durante a última noite armazéns onde as forças ucranianas mantinham cerca de 70 mil toneladas de combustível para utilização militar.
O chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, disse na segunda-feira que Moscovo iria "responder sem falta ao ataque terrorista" da Ucrânia contra a ponte Kerch que une a Península da Crimeia, anexada em 2014, à Rússia continental.
Segundo informações divulgadas pelas autoridades russas, no ataque à ponte terá morrido um casal, tendo a filha ficado ferida.
O ataque, supostamente levado a cabo por drones navais, deixou inutilizável uma das vias de circulação rodoviária da ponte.
A Ucrânia interpretou o ataque noturno contra Odessa como "advertência" a Kiev por causa da suspensão do acordo sobre exportação de cereais através do Mar Negro, que expirou na segunda-feira.
"O ataque noturno dos russos a Odessa com o uso de mísseis é mais uma prova de que é o país terrorista (Rússia) quer pôr em perigo a vida de 400 milhões de pessoas em vários países que dependem das exportações de alimentos da Ucrânia", disse hoje Andri Yermak, chefe de Gabinete do Presidente ucraniano.
A Rússia cancelou todas as garantias de navegação e aplicou restrições ao corredor humanitário assim como cancelou a participação do centro conjunto, em Istambul, que coordenava a chamada Iniciativa do Mar Negro para a exportação de cereais ucranianos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.