A comentadora d’As Três da Manhã acredita que o Orçamento do Estado vai passar na Assembleia da República.
A aprovação pode acontecer “à vigésima quinta hora”, diz Graça Franco, argumentando que “há sempre uns pequenos jogos que passam por um ou dois desalinhados, umas ‘abstençõezinhas’”.
Para a aprovação do documento faltam quatro votos e a comentadora entende que, para alcançar “esses quatro votos, basta que haja dois de um partido que faltam, outros noutro lado; portanto, há sempre umas composições que se podem fazer à última da hora”.
“Pode saltar um ‘coelho’ de alguma bancada, basta abster-se um ‘coelho’ aqui e um ‘coelho’ ali e a coisa pode dar para passar na generalidade”, exemplifica.
Apesar de o partido comunista ter anunciado o voto contra o orçamento, Graça Franco entende que a estratégia do partido não é suicida, porque “o PCP tem uma lógica muito própria, a lógica de mostrar que é movido por interesses que não são os típicos interesses partidários e essa logica vem-se mantendo ao longo dos anos, com bastante coerência”.
Com o voto contra o orçamento, o PCP “ganha uma coisa extraordinária, ou seja, o PS veio reconhecer que, afinal, aquelas coisas boas para as pessoas, que não entrarão em vigor no dia 1, formam conseguidas com a negociação do PC”, afirma.
Já em relação à posição do primeiro-ministro, que fez saber que não tenciona demitir-se, se o Presidente dissolver a Assembleia da República, Graça Franco diz fazer sentido, “porque dois terços do orçamento eram devidos aos fundos estruturais”.
“Para que estes fundos se apliquem, não é precisa uma contrapartida nacional imediata, não é preciso que haja um orçamento, mas é necessário alguém que assine os papeis e manter o Governo minimamente em funções, sem criar uma crise adicional à crise.”
Por isso, Graça Franco entende que “seria uma falta de sentido de Estado, uma demissão em cima de uma crise política. Por outro lado, os duodécimos estão engordados pela crise da Covid”.