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Faltam menos de 24 horas para os alunos portugueses voltarem a ter aulas, novamente através de plataformas digitais, porque a pandemia de Covid-19 assim o exige. O Governo tinha prometido computadores para todos os alunos, mas neste momento tal ainda não é possível.
Até agora, foram entregues pouco mais de 100 mil computadores, num universo de um milhão de alunos, diz o presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos Escolares e Escolas Públicas.
“No dia 9 de abril, a ideia era a universalização dos meios digitais, ou seja, um computador para cada aluno, independentemente de terem ação social escolar ou não. Até este momento, chegaram 100 mil computadores”, afirma à Renascença.
“O universo dos nossos alunos é de um milhão, contando do primeiro ciclo ao ensino secundário”, acrescenta Filinto Lima.
Por isso, “o ensino vai começar à distância sem a promessa do primeiro-ministro estar cumprida”.
Os alunos da ação social escolar serão, nesta primeira fase, prioritários, mas mesmo assim há défice.
“Penso que são ainda necessários algumas dezenas de milhares de computadores para que todos os alunos do secundário ao primeiro ciclo, da ação social escolar, tenham esse computador cedido em regime de comodato pelo Ministério da Educação”, indica o representante dos agrupamentos de escolas públicas.
Ainda assim, porque escolas, autarquias e pais juntaram esforços, foi possível “acudir a algumas situações”, pelo que os constrangimentos sentidos neste recomeço serão menores “do que no ano letivo passado – ou seja, neste momento, há menos alunos com carência de computadores ou de material digital”, diz.
As aulas recomeçam na segunda-feira, dia 8, depois de duas semanas de paragem obrigatória que levou a alterações no calendário escolar.