O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu este sábado os partidos com assento parlamentar para ouvir as posições de cada um em relação à data das próximas eleições legislativas. E apesar do momento de grande tensão e de clivagens entre os atores políticos, a verdade é que em relação a este ponto houve um quase consenso. A maioria defende o dia 16 de janeiro para os portugueses se deslocarem às urnas e escolherem a composição da próxima Assembleia da República.
Saiba o que é que cada um dos partidos defendeu no Palácio de Belém.
PS
O secretário-geral adjunto do PS defendeu que, dada a decisão do Presidente da República de dissolver o parlamento, a "data adequada" para as eleições seria 16 de janeiro, de maneira a garantir "as condições de governabilidade adequadas".
"E, no nosso entender, considerando que teremos a quadra natalícia e que essa quadra se prolonga até ao princípio de janeiro, a data que o PS entende ser a data adequada seria o dia 16 de janeiro, para garantirmos tão breve quanto possível as condições de governabilidade adequadas às necessidades do país", frisou. .
PSD
O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou não existir nenhuma razão "de interesse nacional" para que as eleições se realizem depois de 16 de janeiro, numa reunião muito curta com o Presidente da República, mas que recusou ter sido tensa.
"As eleições têm de ser o mais depressa possível, nos exatos termos em que o Presidente da República o referiu, logo após a entrega do Orçamento do Estado, de forma a que ainda haja Governo em janeiro e o PSD está totalmente de acordo com isso".
BE
A coordenadora do Bloco de Esquerda argumentou que as Legislativas "devem ocorrer o mais depressa possível" mas avançou que, para que a campanha seja "esclarecedora", seria "impossível" que tivessem lugar antes de 16 de janeiro.
Apesar de ser um "processo que está em andamento" e o de o país precisar de "definição e não de impasse", Catarina Martins salientou que, "naturalmente", também é preciso que "haja uma campanha eleitoral que seja esclarecedora", o que, na ótica do Bloco de Esquerda, seria "impossível antes do dia 16 de janeiro".
PCP
"Não foi a votação do Orçamento do Estado que obrigava o Presidente da República a convocar eleições, decidiu fazê-lo, é responsável por isso", afirmou Jerónimo de Sousa, no final de uma audiência com o Presidente da República em Belém.
Dentro deste quadro, o líder comunista defendeu que se "devem realizar o mais depressa possível".
"Temos como referência que as eleições não deveriam passar do 16 de janeiro. Tendo em conta as implicações que tem na quadra natalícia e no Ano Novo e de permitir a campanha eleitoral, foi esta a sugestão que fizemos ao senhor Presidente da República", afirmou.
PAN
Sem apontar uma data concreta, Inês de Sousa Real começou por dizer que, tendo de haver eleições, o PAN quer a sua realização "o quanto antes",.
"Se a intenção for que exista um ato eleitoral entre final de janeiro/início de fevereiro, não faz sentido que não se fechem os processos legislativos em curso e não garantir que o órgão fiscalizador do Governo esteja em funcionamento a acompanhar a atividade do Governo e a execução de fundos comunitários", argumentou.
CDS
O líder do CDS defendeu hoje que as eleições legislativas devem ter lugar "logo que possível", apontando 09 ou 16 de janeiro, e garantiu que o partido não será um "empecilho à normalidade democrática de Portugal".
"Entendemos que o país não pode esperar, as eleições legislativas devem ser marcadas o quanto antes, e que a vida interna dos partidos não deve condicionar todo o interesse nacional e a necessidade de termos um Governo estável capaz de iniciar a recuperação social e económica do nosso país", afirmou.
Iniciativa Liberal
A Iniciativa Liberal foi um dos poucos partidos a destuar em relação à proposta de data. O líder da Iniciativa Liberal transmitiu ao Presidente da República o desejo de que as eleições antecipadas não ocorram "antes de 30 de janeiro", para permitir que haja um "campo de jogo equilibrado entre todas as forças políticas".
"Relativamente à data, defendemos (...) que não deveria ocorrer antes de 30 de janeiro por motivos de interesse nacional", disse.
Chega
O presidente do Chega defendeu a realização de eleições legislativas em 16 de janeiro e pediu "cautela" ao Presidente da República para que "não passe a ideia" que pode estar envolvido na disputa de liderança do PSD.
"A data de 16 de janeiro parece-nos uma data aceitável dentro do quadro da organização dos partidos e também de alguma celeridade e brevidade", defendeu André Ventura aos jornalistas, no final da audiência com o Presidente da República, que recebe hoje os partidos com assento parlamentar para discutir a dissolução do parlamento e a data das eleições antecipadas.
Verdes
O líder parlamentar do PEV considera “desnecessária a dissolução do parlamento e a convocação de eleições”, defendendo que, caso ocorram, devem ser “céleres”, apontando a data de 16 de janeiro.