O Presidente da Venezuela anunciou esta segunda-feira a convocação de uma assembleia constituinte popular, com poderes para alterar a Lei Fundamental do país.
Nicolas Maduro diz que o objectivo é resolver a crise política no país, que está mergulhado num braço de ferro entre o Presidente e o parlamento controlado pela oposição.
"Convoco o poder constituinte original para alcançar a paz de que a República precisa, derrotar o golpe fascistas e deixar que o povo soberano imponha a paz, harmonia e verdadeiro diálogo nacional", declarou Maduro durante um encontro com apoiantes, em Caracas.
O Presidente venezuelano accionou um artigo da
Constituição que permite reformar qualquer instituição pública, tal como fez o
seu antecessor Hugo Chavez em 1999 depois de chegar ao poder.
A oposição considera que o
anúncio de Maduro é uma tentativa para afastar de cena os seus adversários, que controlam a Assembleia Nacional.
"Confrontados com o anúncio do ditador de uma fraude constitucional da assembleia constituinte, o povo devem sair para a rua e desobedecer a esta loucura", apelou o líder da oposição Henrique Capriles.
O anúncio de eleições para uma nova Assembleia aconteceu depois de semanas de manifestações e graves confrontros nas ruas da Venezuela entre opositores e apoiantes do Presidente Nicolas Maduro.
Pelo menos 29 pessoas morreram e 400 ficaram feridas desde o início da vaga de manifestações, numa altura em que o país atravessa uma grave crise económica, política e social.
[notícia corrigida às 22h57 - Maduro não convoca eleições para nova assembleia, mas sim convoca assembleia constituinte]