Os sindicatos dos médicos e o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, voltam, esta quinta-feira, à mesa das negociações, um mês depois da última ronda negocial ter terminado sem acordo.
Esta reunião, para negociar grelhas salariais, acontece no meio de uma crise nos serviços de urgência causada pela recusa de pelo menos 2.000 médicos em fazer horas extraordinárias além das 150 previstas legalmente.
O ministro convocou o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) para retomarem as negociações e, na quarta-feira, Manuel Pizarro afirmou que está "muito disponível" para se aproximar das reivindicações dos médicos.
Também na quarta-feira, o Presidente da República insistiu na necessidade de se definir o novo quadro orgânico do Serviço Nacional de Saúde (SNS), alertando que, "se não, começam a rebentar peças do puzzle".
Apesar de tudo, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou alguma esperança e disse esperar "algum diálogo entre o ministério da Saúde e os sindicatos, de um lado, e o Ministério da Saúde e a Ordem [dos Médicos], do outro".
Vários hospitais do país estão a enfrentar dificuldades em garantir escalas completas das equipas, sobretudo para os serviços de urgência, devido à recusa dos médicos a fazer mais do que as 150 horas extraordinárias anuais previstas na lei.
As negociações entre Governo e os sindicatos dos médicos iniciaram-se em 2022 sem que tivessem chegado a um consenso sobre a nova grelha salarial e o novo regime de dedicação plena.