André Villas-Boas confirma que é candidato à presidência do FC Porto porque quer um "Porto mais forte, mais competitivo, mais vencedor".
No discurso de apresentação da candidatura às eleições de abril, no edifício da Alfândega, do Porto, Villas-Boas reforçou: "O nosso compromisso é com a vitória e este clube vence desde 1893". "Não tenham medo deste ato democrático".
"Estaremos para sempre gratos a Pinto da Costa, o presidente dos presidentes, mas é tempo de mudança, uma nova fase da vida do FC Porto", acrescentou.
"Porquê esta candidatura e porquê agora? Porque neste momento já não somos capazes de construir valor, crescer enquanto clube e organização, propagar a nossa cultura, construir equipas vencedoras e cimentar o associativismo que tanto nos orgulha. De repente, parecemos capturados por um conjunto de interesses alheios ao FC Porto, que ferem os valores fundamentais da nossa instituição".
O antigo treinador dos dragões lembrou as contas: "Nos últimos 10 anos, o FC Porto conseguiu encaixar mais de 700 M€ em vendas e, em 2015, fez o maior contrato de transmissões televisivas. Qual é a realidade atual? Um passivo de 500 M€ e uma dívida de 310 M€. A nossa capacidade competitiva ameaçada, as contas em total descontrolo. Nos últimos 20 anos, o FC Porto gerou mais 2,9 mil milhões de euros em receitas, e hoje temos um clube incapaz de acautelar a sua responsabilidade. Vive agarrado por gratidão a uma gestão sem rumo e sem nexo".
Villas-Boas diz-se preocupado: "A falta de transparência instalou-se com preocupantes conflitos de interesses, que parecem prevaricar contra os estatutos do clube. Não temos uma academia de formação nem um centro de alto rendimento, uma promessa eleitoral de 2016 é, hoje, em 2024, uma promessa eleitoral ainda. A comunicação com os sócios é inexistente e foge frequentemente À verdade, entre promessas, premissas e prazos por cumprir. A 3 meses das eleições, estão a ser tomadas decisões estruturantes que podem hipotecar o futuro do FC Porto nos próximos 15 anos. E isso é inaceitável. Está ou não está a ser vendida uma das empresas do grupo do FC Porto a um fundo americano? Se sim, por que somos os últimos a saber?"
O candidato à liderança azul e branca garante que "ao longo das próximas semanas, iremos apresentar em detalhe os órgãos sociais que compõem a lista da candidatura, bem como as administrações". "Na próxima semana, os presidentes da lista, que estão aqui presentes. Vamos fazê-lo com respeito e elevação pela época desportiva do FC Porto. 2024 tem de ficar marcado pela conquista do título de campeão nacional e não pela eleição do seu próximo presidente".
André Villas-Boas deixou uma certeza: "Adotar um portal de transparência assente num modelo de gestão aberto, com informação fidedigna para os sócios de toda a informação do FC Porto. Não temos medo nem vergonha em dizer com quem trabalhamos. Todos os custos com vendas e compras de jogadores ou negócios do FC Porto serão declarados nesse portal".
O candidato deixou as duas ideias sobre as remunerações dos administradores da SAD portista: "No que respeita à remuneração fixa da administração, cortaremos em mais de 50% os cargos atuais. Cortaremos a fixa em mais de 50% da atual e a variável terá um teto máximo de 60% da fixa. Finalmente, sabemos que no FC Porto existem colaboradores altamente competentes, e todos os colaboradores devem ser envolvidos num sistema de remuneração variável".
Villas-Boas deixou ainda duas novidades: o clube, na sua presidência, vai apostar no futebol feminino e no futsal.
Entre os 700 presentes estiveram, entre outros, Jorge Costa, Maniche, Helton, Rolando e Nuno Valente, para além da viúva de Pedroto.