O antigo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, disse esta quinta-feira que já se tinha conformado com a ida a julgamento, uma vez que não contestou a acusação na fase de instrução dos “vistos gold”.
“Não pus em crise a acusação nesta fase, eu conformei-me com a ida a julgamento”, disse Miguel Macedo à agência Lusa, depois de o juiz deinstrução ter decidido levar os 17 arguidos da Operação Labirinto a julgamento.
No âmbito do processo de “vistos gold”, Miguel Macedo é acusado de três crimes de prevaricação de titular de cargo político e um de tráfico de influência.
Questionado sobre a decisão do juiz Carlos Alexandre de levar a julgamento todos arguidos, o antigo ministro da Administração Interna do Governo de Pedro Passos Coelho afirmou não ter qualquer expectativa, “porque não tinha que ter”, já que a sua decisão “foi lá atrás” quando optou por não requerer a instrução.
“A partir do momento em que eu não requeri instrução do processo, evidentemente que tinha decidido que ia a julgamento”, adiantou.
“Quando decidi não requer a instrução, não pus em crise nenhuma das coisas que vinha na acusação nesta fase, portanto o resultado só podia ia a julgamento”, disse ainda.
A operação Labirinto está relacionada com a aquisição de "vistos gold' e em causa estão crimes de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder e tráfico de influência.
Neste processo são também acusados o antigo presidente do Instituto de Registos e Notariado, António Figueiredo, o ex-director nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Jarmela Palos, a ex-secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria Antónia Anes, e alguns empresários chineses.