Este ano não precisa de se deslocar à Póvoa de Varzim para ouvir os escritores que participam na 22.ª edição do Festival Literário Correntes d’Escritas. Ao longo de dois dias, vai poder ver e ouvir através da internet quatro mesas de conversa com autores como a brasileira Fernanda Torres, a Prémio Camões Hélia Correia, Afonso Cruz ou a poeta Ana Luisa Amaral.
Pela primeira vez, sem salas cheias, o encontro, que reúne anualmente escritores de expressão ibérica conta com a participação de 154 convidados, uma centena dos quais autores.
Entre as várias iniciativas programadas, o destaque vai para a homenagem a Luís Sepúlveda, o escritor chileno que morreu em abril do ano passado, vítima de covid-19, poucos meses depois de ter participado no Correntes d'Escritas.
O autor de “O Velho que Lia Romances de Amor” sempre foi presença habitual em todas as edições e foi mesmo por inspiração de um encontro que realizava em Espanha que nasceu este festival organizado pela autarquia poveira.
Além da revista do Correntes d’Escritas ser este ano dedicada a Luís Sepúlveda, o festival presta-lhe também homenagem com uma exposição fotográfica, com momentos captados pelo fotografo Daniel Mordzinski, que trabalhou com Sepúlveda.
Depois da cerimónia de abertura desta manhã, em que serão anunciados os vencedores dos Prémios Literários Casino da Póvoa e Fundação Dr. Luís Rainha Correntes d’Escritas, esta sexta-feira haverá às 12h30 uma conversa com o escritor Alberto Manguel.
A primeira mesa, a partir das 15h00 com o tema “Sonhamos que é possível outro mundo” conta com a participação da poeta Ana Luisa Amaral, Hélia Correia e Patrícia Melo. Depois segue-se uma sessão com o escritor Gonçalo M.Tavares às 17h00 sobre o tema “À beira do vazio compreendeu o mais importante”
Sessões acompanhadas online
Os escritores Afonso Cruz, Josep Maria Esquirol e Abdulai Sila juntam-se às 18h00 para falar sobre “Escrevo porque tenho memória e cultivo-a escrevendo”. Ainda esta sexta-feira a fechar o dia, às 19h00 os ilustradores Alex Gozblau e Catarina Sobral juntam-se numa conversa sobre o tema “Temos de vigiar constantemente a estupidez”.
No sábado, o dia começa às 11h00 com uma mesa que reúne Álvaro Laborinho Lúcio, Lídia Jorge e Pepetela que irão conversar a partir da frase “Só voa quem se atreve a fazê-lo”, depois a poeta Filipa Melo convida Francisca Camelo para um encontro às 12h30, seguida de uma conversa às 14h com o escritor Valter Hugo Mãe e Simone Paulino sobre o tema “Os pobres perdoam tudo, menos o fracasso”.
Na tarde de sábado, será apresentado o projeto “As Penélopes” em torno da arte artesanal das camisolas poveiras, seguido de uma conversa que vai colocar frente-a-frente os escritores angolanos Ondjaki e Manuel Rui.
A tarde termina com uma mesa que junta a escritora brasileira Fernanda Torres, o colombiano Juan Gabriel Vásquez e o português Onésimo Teotónio Almeida.
O público poderá ainda escutar a leitura do livro de Luís Sepúlveda, a História da Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar” lida pela equipa das Correntes d’Escritas a partir das 18h30.
Todas as sessões poderão ser acompanhadas através das páginas de Facebook da Câmara da Póvoa de Varzim e das Correntes d’Escritas.