Vai ser inaugurada este sábado a Casa Papa Francisco. É como se designa a nova resposta social da Casa do Gaiato de Lisboa que pretende, assim, homenagear o Santo Padre, “esta personalidade tão inspiradora na vivência dos valores cristãos, sobretudo na atenção e cuidado aos mais frágeis”.
Inclui duas novas valências: um Lar Residencial para 23 utentes e um Centro de Atividades Ocupacionais para 30 pessoas, números considerados insuficientes “para as necessidades que já nos têm batido à porta”, reconhece a diretora geral da instituição.
Vão ser acolhidos “jovens e adultos a partir dos 16 anos de idade. Vai privilegiar de início aqueles que cá temos e que cresceram aqui connosco no acolhimento de jovens, desde pequeninos. E depois outros, entre muitos que sabemos que estão à espera deste tipo de resposta que, infelizmente, não é muito frequente”, explica Maria Teresa Antunes.
A ideia destas respostas sociais surgiu durante o projeto de refundação, que começou em Setembro de 2014. Foi uma ocasião importante para encontrar soluções para “responder às necessidades da população que tínhamos”.
A cerimónia de inauguração deste novo espaço está marcada para as 11h30. Será uma “cerimónia simples”, admite esta responsável.
O espaço será benzido pelo Cardeal Patriarca D. Manuel Clemente. Estarão presentes benfeitores, amigos, mecenas e todos aqueles que contribuíram para levar por diante este projeto. Entre eles, a Cáritas Diocesana de Lisboa, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, o presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, entre muitos outros. Segue-se uma visita às instalações e um almoço.
Conheça a Casa do Gaiato de Lisboa
Situada numa quinta em Santo Antão do Tojal, em Loures, arredores de Lisboa, a Casa do Gaiato de Lisboa é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que desde 2006 está sob a alçada do Patriarcado de Lisboa. A obra foi fundada pelo padre Américo, um importante benfeitor que dedicou a sua vida aos mais carenciados.
Esta é uma casa que tem como missão “acolher, integrar e cuidar” sobretudo das populações mais vulneráveis.
Por isso, “quisemos preservar aquilo que foi o legado do padre Américo, que é estarmos disponíveis para acolher as situações de emergências sociais, que vão sendo diferentes a cada tempo. No tempo do fundador, eram muito os jovens abandonados. Nesta fase do projeto de refundição, foram os deficientes, foram também os refugiados. Estamos na Plataforma de Apoio aos Refugiados. São bastantes as Mães de crianças dos PALOP que vêm para tratamento médico com os filhos, ao abrigo de acordos de cooperação entre Estados. São situações que nos batem com muita frequência à porta. E, portanto, a missão também é esta: é estar disponíveis para acolher e cuidar das situações sociais que surgem. É um legado a preservar”, admite Maria Teresa Antunes.
Assim, para fazer face a todas estas situações, há uma série de respostas, como o acolhimento residencial, um apartamento de autonomização, uma residência autónoma, a chamada Casa Mundo, o projecto Porta Aberta. São vários edifícios que constituem "aquilo que o padre Américo no seu tempo chamou de Aldeia Social, um conceito que nos é querido”, diz esta responsável.
Para conseguirem levar por diante tudo isto, a Casa do Gaiato de Lisboa começou a receber desde o ano passado apoios provenientes da Segurança Social. Mas como estas verbas “não financiam na totalidade”, contam ainda com a ajuda de benfeitores, quer particulares, quer institucionais, anónimos que “têm apoiado a casa”. Também o “próprio Patriarcado e a Cáritas de Lisboa” têm ajudado.
Outras formas de angariar dinheiro tem passado pelos eventos. A diretora da instituição refere que “temos muito mercado católico que faz aqui retiros, encontros”. Além disso, “como é uma quinta muito grande e muito agradável, também temos muito aos dias de semana encontros de empresas que precisam de fazer as suas reuniões fora, encontros de ‘team building’ e que procuram a nossa casa para o fazer. E assim estão a ajudar uma causa”.
Há ainda uma loja Solidária, onde se podem encontrar inúmeros artigos a preços reduzidos, tais como roupa, brinquedos, mobiliário, loiças e utilidades.
São tudo “fontes de rendimentos que apoiam a sustentabilidade e que complementam aquilo que o Estado não cobre. Se não existissem os benfeitores e todas estas actividades paralelas, não seria possível mantermos as contas equilibradas”.
Quem quiser ajudar a Casa do Gaiato de Lisboa pode fazê-lo através do voluntariado, dando bens, géneros ou donativos, porque “os desafios são muitos”.
Para saber mais sobre esta instituição, pode consultar o seu site.