Alívio de restrições pode fazer Portugal "correr o risco de voltar atrás", avisam médicos de saúde pública
14-02-2022 - 20:40
 • Renascença

Numa antecipação da reunião desta quarta-feira de especialistas, no Infarmed, o presidente da ANMSP reconhece que é possível, no entanto, um alivio progressivo e cauteloso das restrições.

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O presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) pede que não se ignore "a realidade dinamarquesa" nesse país e avisa que, "se nos libertamos das medidas rápido demais, poderemos correr o risco de voltar atrás".

"Não havendo medidas de combate, vamos ter uma circulação livre do vírus", complementa Gustavo Tato Borges, ouvido pela Renascença.

Numa antecipação da reunião desta quarta-feira de especialistas, no Infarmed, o presidente da ANMSP reconhece que é possível, no entanto, um alivio progressivo e cauteloso das restrições.

"Estamos a falar da obrigatoriedade da apresentação de certificados. A maioria da população está vacinada, portanto, não haverá vantagem para manter este certificado", exemplifica.

Gustavo Tato Borges indica também que se pode admitir o fim de apresentação de teste negativo, com a exceção dos lares de idosos, hospitais e eventos de larga escala, o fim da lotação máxima permitida por lei e o fim do uso da máscara na via pública.

"Por outro lado, não devemos descurar aquilo que são medidas de isolamento de caso positivo e de contacto de alto risco. Assim como o uso da máscara no espaço interior", refere.

O presidente da ANMSP assume ser difícil apontar uma data aconselhável para o fim das medidas de contenção da pandemia. No entanto, Gustavo Tato Borges admite que tal pode acontecer já na Primavera.

Nas últimas 24 horas, Portugal registou mais 35 mortos e 8.463 infetados com Covid-19. O valor do R(t), índice de transmissibilidade, desceu de 0,88 para 0,81, assim como a incidência desceu de 6.099,6 para 4.989,6 casos por 100 mil habitantes.