A ministra da Cultura, que tutela a comunicação social, diz não estar a par da ideia de transformar as touradas portuguesas em touradas à americana, com velcro no touro em vez das bandarilhas, avançada por deputados socialistas ao "Expresso".
Questionada pelos jornalistas sobre esta notícia à margem da Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México, Graça Fonseca afirmou: “uma coisa ótima de estar em Guadalajara há quatro dias é que não vejo jornais portugueses. Não sei, não conheço”.
A ministra preferiu dirigir a entrevista para a feira do livro em que está a participar. “Estamos num sítio extraordinário a falar de cultura portuguesa, não quero voltar a falar de touros. Hoje quero mesmo só falar de literatura e a minha tourada hoje vai ser aqui na feira de Guadalajara”, afirmou em entrevista à SIC.
Sobre a ideia de mudar as touradas em Portugal, o deputado socialista Pedro Delgado Alves explicou à Renascença que “há apenas dois deputados que estão a estudar o direito comparado e a situação na Califórnia – portanto, não há ainda um projeto – e não é um projeto do Partido Socialista, é uma iniciativa de estudo e de avaliação de uma possibilidade de realização de espetáculos tauromáticos sem haver a utilização de bandarilhas, como se faz noutros países”.
“Não é ainda um projeto, mas uma ideia que estamos a explorar”, volta a sublinhar.
Não é, mas poderá vir a ser. “Exatamente”, responde. “É importante, neste processo, ouvir as associações de um lado e do outro do debate, para garantir que tem lugar a atividade tauromática e para garantir que salvaguarda o bem-estar animal”, explica.
No fim de outubro, Graça Fonseca causou polémica ao afirmar que a tauromaquia “não é uma questão de gosto, é uma questão de civilização”.
Esta segunda-feira, o Sindicato dos Jornalistas falou numa "piada falhada" em reação às declarações da ministra da Cultura, que tutela a comunicação social.
[Artigo atualizado a 26 de novembro, às 15h40]