Os hospitais realizaram nos primeiros seis meses do ano mais 270 mil consultas e mais 32 mil cirurgias face ao mesmo período de 2019, ano pré-pandemia, segundo dados provisórios divulgados esta quinta-feira pela ministra da Saúde.
“Dados provisórios de junho mostram que a atividade das consultas hospitalares está novamente a crescer quer face a 2019, quer face a 2021”, afirmou Marta Temido numa audição na Comissão de Saúde a requerimento do Chega, do PCP e da Iniciativa Liberal.
Comparando com a atividade assistencial realizada no primeiro semestre de 2021, os hospitais realizaram este ano mais 265.000 consultas e mais 33.000 cirurgias.
Segundo Marta Temido, este retrato também se passa na oncologia, uma área que suscitou um dos três requerimentos que levou hoje à audição da equipa da ministra no parlamento.
Em 2021, conseguiu-se recuperar de “uma forma mais tímida” o número de pessoas convidadas e rastreadas, mas em 2022 essa recuperação já é “muito mais evidente”, disse, salientando que também se regista este ano um aumento das cirurgias oncológicas.
“Portanto, dizer que um sistema que se confronta com a necessidade de resposta a uma pandemia e que consegue continuar a responder e ir fazendo progressos, naturalmente mais débeis do que aquilo que desejaríamos num contexto normal, é um sistema que não está a responder, será certamente pouco honesto do ponto de vista intelectual”, disse, em resposta a críticas de deputados na audição.
Falando sobre o momento atual do Serviço Nacional de Saúde, Marta Temido afirmou que enfrenta “o desgaste de uma pandemia” como acontece com outros sistemas de saúde dos países que se comparam com Portugal.
“Se nós, como pessoas, enfrentamos o desgaste de uma resposta à pandemia e todos nós estamos diferentes, como é que o sistema de saúde não deveria estar diferente?”, questionou, acrescentando que “era absurdo pensar que isso não iria acontecer” e insistindo que o sistema “mostrou uma grande capacidade de adaptação”.