Sérgio Conceição sublinhou, esta terça-feira, que confia na idoneidade de quem trabalha no FC Porto e, em especial, do presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa, e pediu que não se julgue ninguém "em praça pública", depois de, na véspera, terem sido realizadas buscas no Estádio do Dragão.
Questionado sobre o tema em conferência de imprensa, Sérgio Conceição começou por esquivar-se, sublinhando que só queria falar "de futebol" e não "do futebol", mas acabou por ceder. O treinador do FC Porto garantiu que o tema "não foi falado" no balneário e pediu que não se comece a julgar ninguém até que surjam provas ou acusações formais.
"Os jogadores em dia tudo aquilo que passa o balneário e de que eles gostam passa-lhes um bocadinho ao lado. Obviamente, tenho um grupo de jogadores inteligente e experiente e que vê as notícias, sem dúvida, mas não foi nada comentado, porque sabemos que o mais importante é o jogo. Espero é que as pessoas não sejam julgadas em praça pública como os treinadores são. Até lá, não havendo acusação, as pessoas têm direito à presunção de inocência. Confio plenamente nas pessoas do FC Porto, nomeadamente no nosso presidente, tão falado e tão focado", frisou.
Buscas no Dragão
O FC Porto confirmou, na segunda-feira, ter sido alvo de buscas, para "apreensão de documentos que pudessem interessar" a uma investigação sobre "suspeitas das entidades judiciais de crimes de abuso de confiança, fraude fiscal e branqueamento de capitais" com génese em "movimentos financeiros relativos a transferências de jogadores de futebol".
O clube esclareceu que "colaborou com a equipa de investigadores".
As diligências integram um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, cuja investigação se encontra a cargo da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e conta com a estreita colaboração da Polícia de Segurança Pública (PSP).
Foram cumpridos, ao todo, 33 mandados de busca, principalmente no Porto e em Lisboa, abrangendo instalações de sociedades, incluindo uma SAD e uma instituição bancária, bem como diversas residências.
A revista "Sábado" avançou que também estão em causa negócios de transferências de jogadores e as buscas em curso incluem as casas de vários empresários ligados ao futebol, como Pedro Pinho e Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente do FC Porto, e Pinto da Costa.
Na execução das buscas participaram 85 elementos da Inspeção Tributária da AT e da PSP, bem como magistrados do Ministério Público.
[notícia atualizada às 13h21]