A organização da Jornada Mundial da Juventude esclareceu esta terça-feira que o selo comemorativo apresentado pelo Vaticano visa apenas promover o encontro de jovens com o Papa, afastando leituras que o identifiquem com o Estado Novo ou o colonialismo português.
Inspirado no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, a ilustração apresenta a imagem do Papa, em vez do Infante D. Henrique, seguido
por oito jovens - no lugar dos navegadores - e um desses jovens tem uma bandeira
de Portugal na mão. Nas redes sociais surgiram comentários negativos a remeter
este selo para o "imaginario gráfico do Estado Novo e do
Colonialismo".
Contactada pela Renascença, a porta-voz da Fundação JMJ 2023 diz que as polémicas "são alimento normal das redes sociais e fazem parte do nosso dia a dia" e que o "importante é não desvirtuar os objetivos fundamentais".
"O ponto de partida é que se trata de um selo de promoção da Jornada Mundial da Juventude, que se vai realizar em Lisboa, que foi emitido pelos serviços de numismática e filatelia do Vaticano, e com o objetivo de promover este grande acontecimento. O artista, segundo a nota emitida pelo próprio Vaticano, usou um monumento nacional mundialmente conhecido e que remete para Lisboa, e explica que a sua intenção foi representar o Papa guiando a Igreja e os jovens, à imagem da barca que São Pedro, para uma nova época", refere.
Rosa Pedroso Lima sublinha que o autor "já fez várias ilustrações para os serviços de filatelia do Vaticano e há, a partir desta terça-feira 45 mil selos a circular com uma imagem do Papa e uma promoção de Lisboa como sede da próxima JMJ".
Sobre a visão de D. Carlos Azevedo, a porta-voz da JMJ não comenta, mas afirma que "todas as leituras sobre este selo são naturalmente possíveis".
"Este é um selo que tem por objeto, expresso pelo Vaticano, promover este grande acontecimento. A alegoria usada pelo artista, que é sempre como qualquer artista sujeito à crítica e apreciação publica", reitera.