Abrandou o ritmo, mas mantém uma tendência de crescimento. O mercado de venda de livros em Portugal subiu 5% em 2023. Dados avançado em comunicado pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) indicam que depois de "um crescimento de 16% em 2021 e de 15% em 2022, o mercado continua a sua tendência", embora de "forma mais moderada".
A APEL que fala num "sinal claramente positivo para o setor", indica que as "compras efetuadas nas faixas etárias mais novas é um dos principais fatores de crescimento". Pegando nas estatísticas feitas pela GFK, a APEL indica que as categorias de maior peso nas vendas são a fição e o infantojuvenil.
A ficção "cresceu 9% face a 2022" e a "ficção infantojuvenil cresceu também 9%", já a não ficção, "com destaque para o crescimento da categoria de vida prática lazer e atualidades" apresenta "um crescimento de 4%, assim como a categoria de livros de turismo, com um crescimento de 8%", refere o comunicado.
Os mais jovens e o efeito das redes sociais tem sido decisivo no crescimento do sector. De acordo com a análise da APEL, "constata-se que o mercado continua a crescer pela compra efetuada nas faixas etárias mais novas, nomeadamente na categoria de ficção, onde os livros que mais venderam são quase todos fenómenos alavancados nas, e pelas redes sociais como, por exemplo, o Tik Tok".
Livros de BD/Manga são um dos fatores que fez disparar o número de vendas. A APEL indica ainda que "houve igualmente um aumento na subcategoria do livro juvenil". Os editores destacam também a "tendência notória" de "maior preocupação dos pais, cuidadores e educadores em comprar livros", isso "gerou um crescimento de 15% na subcategoria infantil".
Falta por em prática o cheque-livro
Para Pedro Sobral, presidente da APEL, “é agora fundamental que os decisores políticos apoiem e deem seguimento a este esforço da sociedade civil para que esta tendência positiva seja contínua e tenhamos finalmente os índices de leitura e literacia em Portugal na média da União Europeia.”
Em causa está a entrada em prática do cheque-livro que apoia os mais jovens na compra de livros. "A APEL considera que esta é a altura ideal para resolver as fragilidades que ainda imperam no setor", diz o comunicado, apontando espera que o cheque livro seja uma "realidade ainda neste primeiro trimestre"
A APEL aponta também a necessidade de uma "reforma da Lei do Preço Fixo para potenciar a preferência pelas livrarias, possibilitando a sobrevivência de mais livrarias pelo país e de mais projetos livreiros capazes de minorar a dificuldade de acesso ao livro em muitas zonas do país".
Olhando para a situação das bibliotecas municipais e escolares, os editores pedem também a "existência de orçamentos capazes e robustos para aquisição de livros" para assim garantir o maior acesso ao livro.
A nova vaga de leitores prefere as livrarias
O presidente da APEL mostra-se optimista com o que chama de "novas gerações de leitores e compradores de livros para consumo próprio". Pedro Sobral afirma que "prevê-se que o mercado continue a apresentar uma taxa de crescimento positivo" e que estes leitores olham para o livro "como a porta para uma visão mais crítica e capaz do mundo e também a ferramenta ideal para lidar com a complexidade e incerteza que nos rodeia.”
Na hora de comprar livros, verifica-se que há um "maior peso do canal de livrarias que cresceu face ao canal de grande distribuição", explica a APEL no comunicado divulgado esta quarta-feira.