A Comissão Europeia apresentou esta terça-feira propostas para melhorar as respostas a crises climáticas, na sequência do primeiro estudo da Agência Europeia do Ambiente (AEA) que avalia os maiores riscos na União Europeia (UE).
Salientando que o investimento na redução da vulnerabilidade da UE aos riscos climáticos terá sempre menores custos do que a recuperação de fenómenos como a seca, inundações ou fogos florestais, o executivo comunitário apela para uma maior cooperação entre os níveis nacional, regional e local, a fim de garantir que os conhecimentos e recursos sejam disponibilizados onde forem mais eficazes.
Na comunicação adotada, a Comissão Europeia refere também que irá melhorar os dados disponíveis e o acesso aos mesmos, para que haja uma melhor compreensão das ligações entre riscos climáticos, investimento e estratégias de financiamento a longo prazo.
De uma perspetiva setorial, a Comissão apresenta sugestões de ação em seis principais áreas de impacto: ecossistemas naturais, água, saúde, alimentação, infraestruturas e ambiente e economia.
Segundo a primeira avaliação da AEA - divulgada na segunda-feira e que identifica 36 riscos climáticos na UE - os riscos referentes ao calor extremo, como exposição a incêndios florestais e à seca, já estão em "níveis críticos" em Portugal e outros países do sul da Europa.
"Algumas regiões da Europa são pontos críticos de múltiplos riscos climáticos. O sul da Europa está particularmente exposto ao risco de incêndios florestais e aos impactos do calor e da escassez de água na produção agrícola, no trabalho ao ar livre e na saúde humana", elenca a AEA.
No verão de 2022, por exemplo, entre 60 mil e 70 mil mortes prematuras na Europa foram atribuídas ao calor, apesar dos investimentos consideráveis em planos de ação sanitários relacionados com o calor.
A agência destaca ainda que "as políticas e ações de adaptação da Europa não estão a acompanhar o ritmo do rápido crescimento dos riscos".
As alterações climáticas, acentuadas pelas ações humanas, estão a afetar o planeta e, globalmente, 2023 foi o ano mais quente de que há registo, com a temperatura média global entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2024 a exceder os níveis pré-industriais em 1,5ºC.
A Europa é o continente que regista o aquecimento mais rápido do mundo.