A situação económica da Síria continua a agravar-se, e disso dão conta os relatos que chegam à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre. Numa mensagem enviada esta semana à AIS, Maria Lúcia Ferreira – irmã Myri, da Congregação das Monjas de Unidade de Antioquia – diz que o pão já começa a faltar.
"É preciso ir para a fila da padaria às cinco da manhã, senão depois já não há", refere a religiosa portuguesa que vive num mosteiro na vila de Qara, acrescentando que "a líria síria tem vindo a desvalorizar-se cada vez mais, os preços aumentam, e nem o queijo já se consegue comprar".
Face ao agravamento da crise económica, e aos inúmeros apelos que tem recebido, a Fundação AIS decidiu relançar a campanha ‘Uma Gota de Leite’.
A campanha foi concebida para permitir o fornecimento de leite em pó, e isso está a acontecer em Homs, desde 2015, e em Alepo, desde 2017. Nesta cidade “todos os meses é distribuído leite para cerca de 3 mil crianças e bebés”, indica o comunicado da AIS.
A Fundação espera que a campanha continue a contar com a generosidade dos portugueses, como tem acontecido até agora. “De facto, é raro o dia em que não recebemos uma carta ou um telefonema de alguém a querer ajudar as crianças de Alepo ou de Homs, a querer dar leite para os meninos da Síria”, afirma Catarina Martins de Bettencourt, a diretora do secretariado português da Ajuda à Igreja que Sofre.
A Síria está em guerra há dez anos e sofre as consequências das sanções económicas impostas ao regime de Bashar al-Assad pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Em maio deste ano Bruxelas prorrogou as sanções por mais um ano, até 1 de Junho de 2022, o que implica a proibição da importação de petróleo, e restrições a vários níveis.
A campanha ‘Uma Gota de Leite’ pode ser consultada no site da Fundação AIS.