Um mês depois do “dia da liberdade”, o Governo britânico mantém a mensagem de que a Covid-19 é um “grave risco para a saúde”, mas continua a aliviar medidas para estimular a economia.
Desde segunda-feira, as pessoas em Inglaterra vacinadas ou menores de idade deixaram de ser obrigadas a ficar em isolamento profilático se estiverem em contacto com um infetado. Passaram a ser aconselhadas a fazer um teste PCR e podem aguardar o resultado sem restrições se não apresentarem sintomas.
A mudança foi bem recebida por muitas empresas que tiveram de lidar com a falta de trabalhadores devido à exigência de uma quarentena de 10 dias a quem tivesse tido contacto com um caso positivo.
O Governo foi mesmo criticado pela chamada “pingdemia”, numa alusão ao som da aplicação de rastreio, que gerou quase 700.000 alertas de autoisolamento numa semana em Inglaterra e no País de Gales.
O fim do isolamento para vacinados e menores é a mais recente alteração de medidas contra a pandemia, depois do “dia da liberdade” de 19 de julho.
Nesse dia, o Governo de Boris Johnson levantou as grandes restrições sociais em Inglaterra, como o uso obrigatório de máscara, a limitação de ajuntamentos ao ar livre, o encerramento de discotecas ou a quarentena à chegada de determinados destinos.
A autonomia dos poderes implica que cada uma das outras regiões (Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) tem regras e calendários diferentes.
Na última semana, o departamento de estatísticas admitiu que o recuo da taxa de desemprego para 4,7% e o crescimento de 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre refletiam a recente reabertura da economia após as medidas restritivas, cujo alívio foi anunciado em fevereiro.
Cerca de um mês depois, os dados divulgados na terça-feira indicavam 170 mortos (154 apenas em Inglaterra) e 26.852 novos casos (22.712) em 24 horas, longe das 100.000 infeções diárias que o Governo admitiu que poderiam ocorrer no verão.
Trata-se, no entanto, do número de mortes mais elevado num dia desde 12 de março (175).
Desde o início da pandemia, o Reino Unido contabilizou 131.149 mortos em mais de 6,3 milhões de casos positivos ao vírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19.