A Câmara Municipal de Arouca arranca esta semana com um projeto que premiará com material pedagógico as escolas que, em dois anos letivos, consigam tornar pelo menos 5% mais eficiente a sua gestão de água e eletricidade.
Segundo revela esta terça-feira à Lusa essa autarquia do distrito de Aveiro, em causa está o programa “Escola +Eficiente, Escola +Responsável”, que é dirigido aos jardins-de-infância e escolas do 1.º Ciclo do concelho, e abrange um universo de 1.300 pessoas, entre crianças, professores e funcionários.
Atribuindo a iniciativa à crescente preocupação sobre a oferta de recursos alimentares e energéticos, a presidente da câmara municipal, Margarida Belém, explica: “A seca que se viveu em diferentes pontos do nosso país durante o verão e a escalada de preços no custo da energia a que vimos assistindo em virtude da guerra na Ucrânia reforçam a necessidade, que já era premente, de adotarmos comportamentos mais sustentáveis no consumo de água e de eletricidade”.
A autarca socialista acredita que a sensibilização para essas questões será particularmente proveitosa no meio educativo porque tem a expectativa de que “os conhecimentos e comportamentos adquiridos em contexto escolar sejam transferidos para o contexto familiar e aplicados ao longo da vida”.
Na prática, o que a Câmara de Arouca pretende é que as escolas identifiquem fontes de desperdício e as eliminem ou reduzam, através de correções técnicas ou “da alteração de hábitos de utilização e consumo” a curto, médio e longo prazo.
Os jardins-de-infância e escolas do 1.º Ciclo terão até meados de 2025, no final do ano letivo, para implementar as referidas alterações, sendo que, nessa altura, a autarquia irá avaliar os consumos de cada estabelecimento de ensino, compará-los com as respetivas faturas de água e energia antes do arranque do projeto e identificar então os melhores desempenhos.
“Às escolas que, em cada ano letivo, apresentem uma redução de consumo de água e de eletricidade na percentagem média de 5% ou mais face ao mesmo período do ano letivo anterior serão atribuídos kits pedagógicos no valor de 150 euros. A escola que, no respetivo ano letivo, apresentar a maior redução de consumo percentual face ao período homólogo anterior será ainda premiada com 1.000 euros para a aquisição de equipamentos que considere essenciais”, adianta Margarida Belém.
Na primeira fase, o projeto “Escola +Eficiente, Escola +Responsável” vai integrar ações de sensibilização para a problemática do consumo racional de água e eletricidade, o que incluirá a apresentação de um diagnóstico ao consumo de cada escola e a elencagem de atitudes e hábitos comprovadamente reconhecidos como vantajosos para as poupanças desejadas a nível escolar, ambiental e doméstico.
Depois disso, a cada estabelecimento educativo serão lançados desafios concretos com vista à redução dos respetivos consumos, que ficarão sob monitorização contínua.
Margarida Belém realça que, tratando-se de imóveis que são propriedade da autarquia, as escolas “não terão custos” com mudanças técnicas que desejem implementar: “Se sinalizarem eventuais necessidades de intervenção, essas serão analisadas pela equipa técnica do município, que nos meses de julho e agosto implementará as que se considerem viáveis”.