O presidente da Câmara Municipal do Seixal acusou esta sexta-feira o Governo e a administração da Caixa Geral de Depósitos de estarem a “matar a banca pública” e de retirarem às populações serviços de proximidade ao encerrar balcões de atendimento.
Joaquim Santos, eleito pela CDU, falava à agência Lusa durante uma concentração junto ao balcão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em Corroios em protesto contra a intenção da empresa de encerrar o único balcão desta freguesia do concelho do Seixal, no distrito de Setúbal.
“É incompreensível como uma freguesia com mais de 50 mil habitantes perde uma agência da CGD, a única que tinha, e que servia não só a economia local como também milhares de utentes, especialmente os reformados que recebem a reforma e que vão ser agora prejudicados”, disse o presidente da autarquia.
O autarca considera esta situação "inaceitável, principalmente num banco que anunciou lucros de 486 milhões de euros no primeiro semestre de 2022".
“Estão a matar a banca pública, não servindo a economia local nem as populações. O Governo está a liquidar os serviços públicos, já o fez com os CTT e está a fazer na banca e na saúde”, disse.
Joaquim Santos disse ainda que enviou um ofício ao presidente do conselho de administração da CGD e ao ministro das Finanças para que a decisão possa ser revertida.
Esta questão, adiantou, será também apresentada na Associação Nacional de Municípios Portugueses, lembrando que, quando se registaram encerramentos na empresa CTT, houve um movimento de vários autarcas o que possibilitou reverter alguns dos casos.
Em 12 de agosto, o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) anunciou que a administração pretende “encerrar mais 23 agências em Portugal continental” durante este mês.
“O STEC teve conhecimento de que a administração da CGD, após o recente anúncio do vultuoso lucro de 486 milhões [de euros], no primeiro semestre de 2022, decidiu cortar ainda mais nos custos e encerrar mais 23 balcões, no decorrer do corrente mês de agosto, com maior incidência nas regiões de Lisboa e Porto”, referiu, em comunicado.
O STEC sublinhou que desde 2012 já houve o “decréscimo” de 3.300 trabalhadores e o encerramento de “mais de 300 agências” da Caixa em Portugal.