O reforço da vacina para a Covid-19 vai ser dada a mais gente. À Renascença, a diretora-geral da Saúde confirma que vai avançar em breve a vacinação para quem tem 50 anos.
“A Comissão Técnica de vacinação - analisado o que está a acontecer e vendo que ainda há benefícios de facto, na vacinação a partir dos 50, na faixa dos 50 aos 70 -, entendeu que nesta altura, uma vez que a vacinação dos mais vulneráveis já aconteceu e está a decorrer num bom ritmo e boa cadência, poderíamos dar proteção esta faixa dos 50 aos 70”, avança Graça Freitas.
Nestas declarações assume que o parecer está feito. “A norma vai sair nas próximas horas e, depois, é a logística que decide os agendamentos em função, também, da percentagem de pessoas que já foi agendada e vacinada nas outras faixas etárias. Será para os próximos dias, de acordo com o que a equipa da logística decidir”, esclarece.
Esta novidade tinha sido avançada pela secretária de Estado da Promoção da Saúde em entrevista ao Jornal Público. Até aqui estavam abrangidos apenas os maiores de 60 anos.
Graça Freitas recusa falar em atrasos na vacinação e revela que estão vacinados dois terços dos maiores de 80 anos e que apenas metade das maiores 70 já levaram reforço. A diretora-geral a saúde fala de época normal. “Com as temperaturas a baixarem e com o número de casos de infeção a aumentarem, a tendência é para as pessoas procurarem aderirem ao processo de vacinação. Aliás, esse é o nosso apelo: estão muito a tempo de ir ao processo de vacinação.”
Já a secretária de Estado - que é infeciologista - diz que a atual situação era previsível. “As doenças infeciosas respiratórias cursam em ondas de incidência, esperamos que algumas ondas se consigam desfasar. Mas nenhum de nós espera um Inverno fácil.”
Esta sexta-feira decorre um encontro de peritos no Infarmed para fazer um ponto de situação da Covid-19. Sobre a reunião, Margarida Tavares disse que vai ser, apenas, um momento de reflexão embora admita reforçar a recomendação para o uso da máscara nos transportes públicos.
Quanto à reunião no Infarmed, Graça Freitas adianta que vão ser discutidos modelos de vigilância da Covid-19. Neste momento, a DGS só dispõe de dados relativos a quem faz teste nas farmácias, nos hospitais ou laboratórios pelo que os números estão subavaliados. “Estamos a evoluir para um outro paradigma de vigilância. Amanhã esses aspetos vão ser abordados. Neste momento, em toda a Europa, a tendência é para passar para um outro modelo de vigilância e baseado mais nas infeções respiratórias, mas volto a dizer que amanhã, no Infarmed, ouviremos os peritos, depois ajustaremos as recomendações que forem entendidas pela comunidade científica.”
Portugal registou mais internamentos e mortes por Covid-19 na semana entre 25 e 31 de outubro. Já o número de novos casos baixou, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Naquele período foram confirmados 5.920 novos casos de Covid-19, menos 1.736 do que na semana anterior.
O número de pessoas internadas nos hospitais era de 525, mais 47, no conjunto de enfermarias e unidades de cuidados intensivos (UCI).
Entre 25 e 31 de outubro, morreram 53 pessoas com Covid-19, mais seis do que na semana anterior.
O índice de transmissibilidade (Rt) estava nos 0,87 e a incidência era de 57 casos por 100 mil habitantes.
Por regiões, Lisboa e Vale do Tejo registou 2.300 casos entre 25 e 31 de outubro, menos 210 do que no período anterior, e 19 óbitos, menos quatro.
A região Centro contabilizou 823 casos (menos 1.261) e 13 mortes (mais seis) e o Norte totalizou 1.440 casos de infeção (menos 207) e 12 mortes (menos três).
No Alentejo foram registados 292 casos positivos (mais 25) e seis óbitos (mais cinco) e no Algarve verificaram-se 220 infeções pelo SARS-CoV-2 (menos 85) e uma morte (mais uma).
Quanto às regiões autónomas, os Açores tiveram 247 novos contágios nos últimos sete dias (menos dois) e nenhuma morte, enquanto a Madeira registou 598 casos nesse período (mais quatro) e dois óbitos (mais um), de acordo com os dados da DGS.
Segundo o relatório, a faixa etária entre os 60 e os 69 anos foi a que apresentou maior número de casos a sete dias (1.151), seguindo-se a das pessoas entre os 70 e os 79 anos (912), enquanto os jovens dos 10 aos 19 anos foram o grupo com menos infeções nesta semana (188).
[notícia atualizada com as declarações de Graça Freitas]