As grávidas têm mais probabilidade de sofrerem de formas graves de Covid-19 que as restantes mulheres, revelou hoje a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), apelando para a sua vacinação “o mais rapidamente possível”.
“As mulheres grávidas têm mais probabilidades de ficarem gravemente doentes devido à Covid-19 quando comparadas com as que não estão grávidas. As que ficam infetadas durante a gravidez também correm maior risco de parto prematuro e natimorto e podem correr maior risco de outras complicações na gravidez”, alertou o chefe da Estratégia de Ameaças Biológicas para a Saúde e Vacinas da EMA, Marco Cavaleri.
Falando na primeira conferência de imprensa do ano da agência europeia, Marco Cavaleri vincou que “a vacinação [contra a Covid-19] é a melhor forma de proteger eficazmente tanto a mãe como a criança e deve ser prosseguida o mais rapidamente possível”.
Na ocasião, o especialista aludiu também a estudos sobre a segurança e eficácia durante a gravidez da vacinação contra a covid-19 assente na tecnologia do ARN mensageiro (como os fármacos da Pfizer/BioNTech e Moderna), que reuniu mais de 100 mil mulheres, para destacar que “as provas atuais são muito tranquilizadoras e indicam que a vacina reduz o risco de hospitalização ou morte durante a gravidez sem causar complicações na gravidez ou afetar o bebé”.
Reagindo a esta nova informação científica, a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, exortou, através da rede social Twitter, “as mulheres grávidas em toda a UE a procurarem a vacinação o mais rapidamente possível, para reduzir os riscos dos efeitos mais graves do vírus”.
A posição da EMA surge numa altura de elevado ressurgimento de casos por infeção com o SARS-CoV-2, que ainda assim não se traduz em mais internamentos ou mortes.
Marco Cavaleri disse que esta “rápida propagação de infeções atinge principalmente em grupos etários mais jovens”.
“Embora a Covid-19 seja geralmente leve em crianças de todas as idades, para alguns pode levar a doenças graves, hospitalização e mesmo à morte”, alertou o responsável.
Por esta altura, decorre também a administração da vacina anticovid-19 a crianças dos cinco aos 11 anos, após o primeiro fármaco, da Pfizer/BioNTech, para esta faixa etária ter tido ‘luz verde’ do regulador da UE em novembro passado.
“Os dados até à data indicam que as vacinas anticovid-19 são tão eficazes em crianças como em adultos […] e que são altamente eficazes na prevenção da hospitalização e de outras consequências da covid-19, tais como a síndrome inflamatória do sistema nervoso”, assinalou Marco Cavaleri, falando em “efeitos secundários graves muito raros” nesta faixa etária.
O chefe da Estratégia de Ameaças Biológicas para a Saúde e Vacinas da EMA precisou que, “à semelhança dos adultos, a maioria dos efeitos secundários em crianças são ligeiros ou moderados e melhoram em poucos dias”.
Numa altura em que são administradas também doses de reforço, Marco Cavaleri adiantou que a EMA está a avaliar um pedido sobre o uso da terceira dose da vacina Pfizer/BioNTech em adolescentes dos 16 aos 17 anos e espera que o consórcio farmacêutico apresente em breve um pedido semelhante para um reforço na faixa etária dos 12 aos 15 anos de idade.