A rota central do Mediterrâneo, a que os refugiados utilizam para passar da Líbia para a Itália, está a ser "mais frequentada do que nunca" este ano, segundo a Frontex.
O director executivo da agência europeia de gestão de fronteiras disse, numa entrevista publicada pelos diários regionais alemães do grupo Funke, que esta rota tem mais tráfego na actualidade do que qualquer outra e que por ela atravessam o Mediterrâneo entre "13 e 14 vezes mais refugiados" do que pela travessia que liga a Turquia e a Grécia.
"Se se mantiverem as correntes migratórias de África Ocidental em direcção à Líbia, então devemos contar com cerca de 300 mil pessoas este ano, que, a partir da África Ocidental, fogem dos seus países do Magrebe e depois viajam para a Europa", advertiu Fabrice Leggeri.
O responsável da Frontex destacou, mesmo assim, que o Egipto está-se a tornar num lugar de partida de embarcações com destino à Europa, com fluxos cada vez mais importante, e sublinhou que esta nova rota é "especialmente perigosa", pois os barcos demoram até dez dias a cumpri-la.
Em relação à mortalidade, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) avança que desde o início de 2016 se tenham registado 2.809 mortes no Mediterrâneo, contra 1.838 mortos durante o primeiro semestre de 2015.
Desde o início do ano e até 5 de Junho, chegaram à Europa por mar - à Grécia, a Chipre e a Espanha - 206.400 migrantes.
Mas segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mais de 10 mil migrantes morreram no Mediterrâneo ao tentarem alcançar a Europa desde 2014.