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O ministro do Trabalho afirmou-se, esta quarta-feira, de "consciência tranquila" quanto à sua ligação, em 2013 e 2015, pela associação Raríssimas.
O
governante garantiu que durante o tempo em que foi membro da assembleia geral
da Raríssimas, onde as contas eram aprovadas, "ninguém levantou alguma dúvida ao trabalho expresso nas contas
dessa associação".
Em declarações aos jornalistas, o ministro Vieira da Silva garante "não foi apresentado por ninguém, nenhum problema de nenhum tipo. Obviamente que, se isso tivesse acontecido, eu teria, naturalmente, agido em conformidade".
O ministro disse ainda que só depois da inspecção que está a ser feita pela Segurança Social na sequência da reportagem que se poderá verificar "se do lado do Estado houve alguma fragilidade".
"O Estado tem diversas formas de acompanhamento dessas instituições", assegurou Vieira da Silva, adiantando que "há um controlo permanente" dos acordos de cooperação, para além de processos de fiscalização que são feitos pelo ministério que tutela.
"Quantas semanas, quantos meses durará essa inspecção, não sei dizer, mas foi dada prioridade máxima", disse em resposta aos jornalistas.
Vieira da Silva esteve o cargo de vice-presidente da Raríssimas, entre 2013 e 2015, antes de ser ministro no Governo de António Costa.
No sábado, a TVI divulgou uma reportagem sobre a gestão da associação Raríssimas – Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, financiada por subsídios do Estado e donativos. A investigação mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que terá usado o dinheiro em compra de vestidos e vários gastos pessoais.
Na segunda-feira, a Procuradoria-geral da República (PGR) informou que o Ministério Público está a investigar a Raríssimas, após uma denúncia anónima relativa a alegadas irregularidades e ao uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente.
No mesmo dia, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou que vai "avaliar a situação" da Raríssimas e "agir em conformidade".
O caso já levou a duas demissões: o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que foi
consultor da associação, tendo recebido um total de 63 mil
euros, entre 2013 e 2014; e a presidente da Raríssimas, Paula Brito e
Costa, que negou as acusações e fala numa “cabala muito bem feita”.