Um em cada três condutores autopsiados no ano passado tinha taxas de álcool no sangue iguais ou superiores a 0,5 g/l. Já 13,3% revelaram a presença de drogas, segundo um relatório divulgado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
Este documento apresenta os dados obtidos com base nos exames realizados pelo Instituto de Medicina Legal, 37% dos condutores autopsiados tinham taxas de álcool no sangue (TAS) iguais ou superiores a 0,5g/l, valor apenas semelhante às percentagens verificadas em 2010 e 2012.
Este aumento foi particularmente significativo face a 2018 (30,8%).
O mesmo documento indica que 13,3% dos condutores autopsiados em 2019 revelaram a presença de substâncias estupefacientes ou psicotrópicas, uma subida de 1,7 pontos percentuais relativamente ao ano anterior.
O relatório referente aos exames toxicológicos realizados pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) em 2019 indica também que as percentagens de casos com TAS igual ou superior a 1,20g/l (considerado crime) entre as vítimas mortais com TAS superior a 0,5g/l foram de 79,0% (condutores), 71,4% (peões) e 64,3% (passageiros).
No ano passado, "nos exames efetuados a intervenientes em acidentes de viação e na fiscalização de condutores, registaram-se 60,9% de casos com TAS =0,50g/l", refere o relatório, acrescentando que "essa percentagem assumiu para os condutores e para os peões os valores de 62,6% e de 38,8%, respetivamente".
O documento conclui ainda que 10,3% dos exames efetuados às vítimas mortais revelaram a presença de substâncias estupefacientes ou psicotrópicas. No caso dos condutores e dos peões, a percentagem de testes positivos foi de 13,3% e 5%, respetivamente.
Contudo, a percentagem de exames positivos entre as vítimas mortais (10,3%) foi inferior ao verificado no ano anterior (14,5%), mas no caso dos condutores a tendência inverteu-se, com um aumento em 2019 (13,3%) face ao ano anterior (11,6%).
No total de casos positivos entre vítimas mortais, as substâncias predominantes foram os canabinóides (3,4%), refere o relatório, que sublinha também a associação de álcool e drogas (4,4%).
No total, 6,5% dos condutores que morreram revelaram uma associação de substâncias psicotrópicas com álcool.