O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, considerou crucial na segunda-feira que o Congresso aprove um novo envelope orçamental para a Ucrânia, caso contrário tudo o que foi realizado "ficará comprometido".
"Sem isso, tudo o que os ucranianos alcançaram e que nós os ajudámos a alcançar estará em perigo", disse Blinken, numa conferência de imprensa, ao lado do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, que está em Washington para uma série de entrevistas, também apelou à continuação da ajuda a Kiev, sublinhando que "a guerra brutal travada pela Rússia contra a Ucrânia aproximava-se do seu segundo aniversário" e que uma "vitória russa apenas encorajaria o Irão, a Coreia do Norte e China".
Stoltenberg foi recebido durante a manhã pelo chefe do Pentágono, Lloyd Austin, e também se reuniu com o Conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan.
O responsável da NATO deverá reunir-se no Congresso nesta terça-feira com líderes republicanos e democratas, que estão a negociar um acordo sobre um novo pacote orçamental para a Ucrânia, dizendo estar "confiante" de que os Estados Unidos da América e os países aliados continuarão a apoiar a Ucrânia.
Depois de entregar dezenas de milhares de milhões de dólares em armas a Kiev desde o início da guerra, a administração de Joe Biden esgotou as suas dotações no final de 2023.
O Presidente norte-americano pediu ao Congresso que aprovasse cerca de 61 mil milhões de dólares (56,3 mil milhões de euros) adicionais, mas as negociações com os republicanos caíram num impasse.
Sob pressão da direita, o novo pacote de ajuda militar está a ser negociado juntamente com medidas sobre a imigração, numa altura em que o número de migrantes que atravessam a fronteira com o México atinge níveis recorde.
"É na verdade um bom acordo, porque ao usar uma fração do orçamento militar americano, conseguimos danificar e destruir significativamente o exército russo", disse, referindo-se ao acordo atualmente em negociação no Congresso.
Blinken e Stoltenberg também saudaram o facto de a Turquia ter, após longos meses de negociações, aprovado a adesão da Suécia à NATO. Resta agora apenas um membro da Aliança, a Hungria, para o fazer.
O chefe da NATO disse que conversou na semana passada com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, que expressou o apoio de Budapeste.
"Disse-me que o parlamento húngaro se reunirá novamente no final de fevereiro e espero, em linha com o que ele disse, que o parlamento aprove a ratificação pouco depois", afirmou Stoltenberg, acrescentando estar "convencido" de que a Suécia será membro de pleno direito da Aliança Atlântica.
Em troca da ratificação turca, o Governo americano aprovou na sexta-feira a venda de caças F-16 à Turquia, por um montante de 23 mil milhões de dólares (21,2 mil milhões de euros).
Ao mesmo tempo, Washington aprovou a venda à Grécia de 40 aviões F-35 por um montante de 8 mil milhões de dólares (7,38 mil milhões de euros). Tanto Atenas como Ancara são membros da NATO.