"Evidente". Líder parlamentar do PS diz que Marcelo "derrubou maioria operacional"
05-01-2024 - 22:51
 • Susana Madureira Martins , Tomás Anjinho Chagas

Eurico Brilhante Dias coloca responsabilidade na decisão do Presidente da República. Em relação às suspeitas em torno de António Costa, diz que os políticos estão a ficar "sequestrados" por "casos e casinhos da justiça".

Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do PS, considera "evidente" que o Presidente da República contribuiu para "derrubar esta maioria" absoluta. A ideia tinha sido trazida por António Costa, que no seu discurso de abertura do 24.ª Congresso socialista garantiu que o "derrubaram, mas não derrubaram o PS".

Durante o programa São Bento à Sexta, da Renascença, excecionalmente gravado na FIL, onde decorre este fim-de-semana a reunião magna do PS, o líder parlamentar socialista considera que a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa tirou o poder a uma "maioria que continua operacional e operativa".

Eurico Brilhante Dias lembra que o Presidente da República "tomou uma decisão" com a qual o PS não concordou, mas prefere olhar para as futuras eleições.

O programa de política da Renascença conta normalmente com a presença do líder parlamentar do PSD, mas por motivos pessoais Joaquim Miranda Sarmento não pode entrar no programa à distância.

Influencer: políticos "sequestrados" pelos "casos e casinhos"

Em relação aos novos desenvolvimentos sobre a operação Influencer, que apontam para a suspeita de "prevaricação" em torno de António Costa, Eurico Brilhante Dias resgata uma expressão do primeiro-ministro demissionário para comentar.

"A política portuguesa acaba por ser fortemente contaminada, não pela justiça, mas por processos de investigação incompletos, suspeitas muitas vezes infundadas. O Ministério Público tem o dever de investigar, mas tem dever de recato, permitindo que os cidadãos possam continuar a atividade política sem que ela seja sequestrada por casos e casinhos de justiça", atira o líder da bancada socialista do Parlamento dissolvido.

O antigo secretário de Estado da Internacionalização dá o golpe final: "Isso não contribui da credibilização da política, mas não contribui para a credibilização da justiça".