A ministra da Saúde, Marta Temido, disse esta quarta-feira que trabalhar com os privados não pode ser simplesmente um "lá vai cheque", sendo preciso fazer mais pelos utentes. A ministra respondia à deputada do CDS Ana Rita Bessa, numa audição da Comissão Parlamentar da Saúde.
Ana Rita Bessa disse que há filas longas desnecessariamente para cuidados urgentes de saúde e pediu um maior aproveitamento da capacidade dos privados.
"Para fazer a recuperação da atividade assistencial, não me parece má ideia que a senhora ministra use tudo aquilo que tem ao seu dispor, contratualizando - mas seriamente, que não é com alçapões - mas não é para encher os bolsos dos privados, é porque há pessoas que estão à espera", afirmou a deputada do CDS.
Bessa prometeu que não se cansaria "de dizer isto enquanto houverem pessoas à espera, a chegarem metastisadas aos hospitais, sem necessidade".
A esta pergunta, feita durante a audição desta manhã, Marta Temido respondeu destacando as diferenças entre quem apenas cumpre um contrato, e quem vai para alem disso.
"Trabalhar ombro a ombro é trabalhar, não é 'lá vai cheque'. Peço desculpa, mas esta também é a minha posição, e não é uma posição ideológica. É uma maneira de estar na vida: é a mesma coisa que quem tem um contrato, fazer apenas o que está escrito ou fazer muito mais do que aquilo que está escrito e atender às necessidades".
A relação com os privados foi um dos temas que mais aqueceu esta audição parlamentar, com a Ministra a reafirmar a prioridade que acha que deve ser dada ao investimento no Serviço Nacional de Saúde - mostrando cautelas com as PPP´s na saúde.
De resto, questionada pela oposição sobre a forma como não terá aproveitado da melhor maneira a oportunidade criada pelo Plano de Recuperação e Resiliência para investir na saúde, Marta Temido diz que cá estará para ser avaliada pelas escolhas que fez.